O presidente da França, Emmanuel Macron, pediu a cidadãos da União Europeia que usem seus votos nas próximas eleições para o Parlamento Europeu para proteger e fortalecer uma Europa “ameaçada”. “Nunca, desde a Segunda Guerra Mundial, a Europa foi tão essencial. Ainda assim, ela nunca esteve tao ameaçada”, escreveu Macron, em coluna publicada na segunda-feira no site do jornal francês Le Parisien.
O líder francês, que fez campanha como um forte defensor da União Europeia (UE), chamou o Brexit de símbolo dos problemas que assolam a Europa, alegando que “mentiras” e “irresponsabilidade” levaram à decisão de saída do Reino Unido da UE. Macron aconselhou os eleitores do pleito para o Parlamento Europeu previsto para 23 a 26 de maio a rejeitar partidos nacionalistas que “não oferecem nada”.
“A armadilha é não fazer parte da União Europeia”, disse ele na coluna, que deve aparecer nas edições de terça-feira de jornais dos 28 países-membros da UE. Macron decidiu falar diretamente os eleitores do bloco em um esforço para usar as eleições para dar um novo impulso à UE, disse seu gabinete.
Macron sugere que a Europa deveria ser mais independente de outras potências mundiais. Ele propõe a criação de uma agência que forneça a cada Estado-membro especialistas para proteger seu processo de votação contra ataques cibernéticos e outras manipulações. Ele também quer banir o financiamento dos partidos políticos da UE por potências estrangeiras.
Para lidar melhor com a crise dos migrantes, Macron pede controles de fronteira mais rigorosos e uma força de fronteira comum. Ele sugere a introdução de regras comuns de asilo.
O líder francês também propõe um tratado de defesa para definir as obrigações fundamentais do bloco com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), incluindo o aumento de gastos de defesa. Ele defendeu que o Reino Unido seja associado a decisões neste campo mesmo depois do Brexit.
No campo econômico, Macron sugere aplicar penalidades ou banir da Europa qualquer empresa que comprometa os principais interesses e valores da UE, como padrões ambientais, proteção de dados e pagamento de impostos. Ele diz que o bloco deve priorizar empresas europeias em setores estratégicos e contratos públicos, como fazem os concorrentes norte-americanos e chineses.
Macron diz querer que a Europa assuma a liderança da luta contra as mudanças climáticas, estabelecendo uma meta de emissões zero de dióxido de carbono até 2050 e reduzindo pela metade o uso de pesticidas até 2025. “Esta é a escolha que proponho: mapear o caminho para a renovação europeia”, conclui o líder francês. Fonte: Associated Press.