Os militares venezuelanos se corromperam e estão construindo um Estado paralelo, declarou o General de Brigada Gustavo Dutra de Menezes, Comandante da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em evento no Rio. Dutra de Menezes é ex-comandante da 1ª Brigada de Infantaria de Selva, em Boa Vista, Roraima.
“A Venezuela está falida, a Venezuela está dividida. Os militares se corromperam de uma maneira vergonhosa”, afirmou o general Dutra de Menezes, durante o debate Crise Venezuelana, promovido pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
Durante sua exposição no debate, o general sugeriu que os militares venezuelanos “estão ganhando muito dinheiro” e usando o presidente Nicolás Maduro como um “fantoche”.
Na avaliação do militar brasileiro, há risco de uma guerra civil iminente no País vizinho, mas ele não acredita numa intervenção unilateral com “exércitos brasileiros, com forças armadas brasileiras”.
“Até porque existe um fator que devemos levar em consideração: a geografia”, lembrou o general, mencionando que boa parte da fronteira entre Brasil e Venezuela, além de extensa, é formada por serras coberta pela selva.
Ele prevê que haja em algum momento uma “convulsão social”, que poderia motivar a intervenção de um organismo internacional multilateral, embora ele acredite que uma solução para a crise virá de dentro daquele País.
O general criticou ainda o fechamento da fronteira venezuelana com o Brasil, decretada por Maduro, porque dificulta medidas como a identificação e controle de cidadãos venezuelanos que chegam ao território brasileiro burlando a entrada controlada oficialmente. “Tira todo o nosso controle, se estão vacinados, se têm documentos. Fechamento de fronteira não é solução nem nunca será”, lamentou.