Oito países, incluindo o Brasil, assinaram nesta sexta-feira, 22, uma declaração se comprometendo com a criação do Prosul (Foro para o Progresso da América do Sul), bloco idealizada para substituir a Unasul (União de Nações Sul-Americanas) na região. O documento foi oficializado após reuniões da Cúpula Presidencial sobre Integração Sul-Americana, realizada em Santiago.
Assinaram a declaração os presidentes da Argentina (Mauricio Macri), do Brasil (Jair Bolsonaro), do Chile (Sebastián Piñera), da Colômbia (Iván Duque), do Equador (Lenín Moreno), do Paraguai (Mario Abdo) e do Peru (Martín Vizcarra), além do embaixador da Guiana no Brasil, George Talbot.
Além do reconhecimento à proposta de criar o Prosul, os líderes se comprometeram a orientar os ministros de Relações Exteriores de seus respectivos países a estabelecer um diálogo de conformidade com a resolução. Para participar do organismo anunciado, o documento exige como requisitos a “plena vigência da democracia”, estratégia que coloca a Venezuela em uma situação de isolamento do grupo, além do respeito ao princípio de separação dos Poderes e o respeito aos direitos humanos, assim como a soberania e a integridade territorial dos Estados.
O Prosul será implementado gradualmente e com uma estrutura flexível, de acordo com a declaração. O bloco será presidido pelo Chile nos próximos 12 meses e depois pelo Paraguai. Em um discurso no Palácio de La Moneda, o presidente do Chile, Sebastián Piñera, afirmou que o bloco será aberto para todos os países da América do Sul, mas destacou que o compromisso é com democracia, liberdade e direitos humanos.
“Este espaço abordará de maneira flexível e com caráter prioritário temas de integração em matéria de infraestrutura, energia, saúde, defesa, segurança e combate ao crime, prevenção e gestão de desastres naturais”, diz o comunicado assinado conjuntamente.
Ausência
Com representantes presentes no encontro, Bolívia, Uruguai e Suriname não assinaram o documento para criação do Prosul. Os presidentes desses três países não estavam na ocasião e enviaram integrantes de seus governos para a cúpula. De acordo com o governo chileno, esses governos podem ingressar no organismo no momento em que decidirem.