Washington, 13/05/2019 – A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, reiterou que um dos fatores positivos para o avanço da economia global é o livre comércio. Ela apontou que uma simulação realizada por estudos econométricos do Fundo destacaram que caso fossem impostas tarifas pelos EUA sobre todas as importações da China, “perto de US$ 500 bilhões”, tal ação colocaria em risco 0,8 ponto porcentual do PIB global.
“Por outro lado, eliminar barreiras em 25% entre EUA e China geraria um impacto positivo de 0,8 ponto porcentual sobre o PIB mundial”, disse Lagarde, ressaltando que são duas medidas, mas com efeitos diametralmente opostos para a economia internacional. Ela fez os comentários em entrevista coletiva ao final do encontro do Comitê Financeiro e Monetário Internacional (IMFC, na sigla em inglês) do Fundo Monetário Internacional.
Lagarde apontou, ainda, que a melhor forma para gerar equilíbrio à economia global é a adoção de reformas estruturais de políticas fiscais e monetárias, de acordo com as condições internas de cada país.
Segundo Lagarde, os presidentes dos principais bancos centrais com quem conversou durante a reunião do FMI em Washington nesta semana manifestaram que há entre eles três preocupações comuns: prestação de contas, transparência e boa comunicação das medidas adotadas à sociedade. “Os bancos centrais precisam destes três componentes para cumprir suas missões específicas”, destacou.
Em entrevista coletiva neste sábado, Lagarde foi questionada sobre como avaliava as pressões politicas do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre a direção do Federal Reserve na condução dos Fed Funds. A diretora-gerente do FMI respondeu: “independência tem sido muito importante para os bancos centrais e continuará assim.”
A diretora-gerente do FMI reiterou que o Fundo está preocupado com a crise humanitária na Venezuela. Ela destacou que “a grande maioria de membros do FMI” precisa reconhecer eventual novo governo da Venezuela para que o órgão multilateral possa agir rapidamente para conceder ajuda financeira emergência ao país.
Na entrevista coletiva em Washington, Lagarde também apontou que, em relação às condições econômicas na zona do euro, pode ser que existam assimetrias entre os países da região, mas que arranjos podem ocorrer entre eles, pois trocas comerciais entre nações mais ricas e com PIB médio podem gerar uma integração econômica mais vigorosa na região. “Estes arranjos podem gerar mais força à zona do euro.”