O meio-irmão de Kim Jong-un foi informante da CIA antes de ser assassinado em 2017, revela uma nova biografia do líder norte-coreano publicada nesta terça-feira, 11. Kim Jong-nam teria se reunido com seus contatos no Sudeste da Ásia quando foi envenenado com um agente nervoso na Malásia, disse a jornalista Anna Fifield em seu livro The Great Successor (O Grande Sucessor).
Segundo ela, Kim Jong-nam teria se reunido com agentes da agência de espionagem dos EUA, que tem um histórico de tentativas de derrubar ditadores, antes de ser assassinado, supostamente por ordem de Kim Jong-un, que o considerava um rival. “Para Kim, falar com espiões americanos foi um ato de traição”, disse Fifield, que durante anos foi correspondente do Washington Post na Coreia do Norte.
Antes de sua morte, no aeroporto de Kuala Lumpur, envenenado por duas jovens, uma vietnamita e outra indonésia, “as imagens de câmeras de segurança mostraram o norte-coreano no elevador com um homem de aspecto asiático que, segundo informações, seria um agente da CIA”, garante a jornalista. “Na mochila de Kim Jong-nam foram encontrados US$ 120 mil em dinheiro, que poderia ser um pagamento por espionagem”, acrescentou.
O Wall Street Journal, citando uma fonte, disse que Kim Jong-nam teve contato com a CIA e com os serviços de segurança de outros países, principalmente da China. Não houve nenhum comentário do governo norte-coreano sobre a revelação.
O presidente americano, Donald Trump, disse que não sabe nada sobre o assunto. “Eu vi a informação sobre a CIA e o irmão ou meio-irmão de Kim. Eu diria a Kim que isso não ocorreria sob meu governo”, assegurou Trump, que disse ter recebido uma “agradável carta” de Kim Jong-un, com quem garantiu ter “boas relações”. (Com agências internacionais).