Economia

Receios com Previdência e votação nos EUA fazem dólar subir 1,33%

Após um período de leniência com o governo Michel Temer, a paciência do mercado parece estar ficando mais curta. Em meio a uma somatória de riscos externos e internos, operadores de câmbio não gostaram do placar da votação do projeto de terceirização na quarta-feira, 22, na Câmara e embutiram nesta quinta-feira, 22, um maior risco na taxa de câmbio brasileira.

O dólar à vista no balcão terminou com alta de 1,33%, a R$ 3,1359, após ter atingido a máxima intraday de R$ 3,1417. O giro registrado na clearing de câmbio da BM&FBovespa hoje foi de US$ 1,566 bilhão. No mercado futuro, o dólar para abril avançava 1,57% por volta das 17h15, a R$ 3,1440. O volume financeiro somava US$ 16,548 bilhões.

Na noite de ontem, a Câmara aprovou por 231 votos a 188 a redação final do projeto de lei de 19 anos atrás que permite terceirização irrestrita em empresas privadas e no serviço público. A proposta também amplia a permissão para contratação de trabalhadores temporários, dos atuais três meses para até nove meses – seis meses, renováveis por mais três.

Ainda assim, o placar apertado não é um bom augúrio para a votação da reforma da Previdência. “A margem de aprovação foi muito pequena”, comenta o operador de uma corretora paulista. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tentou desvincular o resultado votação da terceirização das mudanças na Previdência. Segundo ele, em cada tema os parlamentares votam de acordo com as suas opiniões, e uma questão não deve contaminar a outra. “A votação da terceirização não indica o resultado da reforma da Previdência. O projeto de terceirização foi aprovado por seus próprios méritos e a reforma da Previdência também será avaliada pelos seus próprios méritos”, disse o ministro.

No cenário externo, o temor dos investidores é com a votação da substituição do Obamacare na Câmara dos Deputados dos EUA. Um grupo mais conservador do Partido Republicano não é favorável ao projeto apresentado pelo governo de Donald Trump e, mesmo que a reforma seja aprovada pelos deputados, a batalha no Senado deve ser ainda mais difícil. No fim da tarde, foi informado que a votação foi adiada e pode ser realizada nesta sexta-feira. Esse é considerado um grande teste para o poder de Trump e uma precondição para que ele possa cumprir promessas de campanha, como reduzir impostos, elevar gastos em infraestrutura e diminuir a regulamentação.

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