O caso envolvendo o pagamento de propina pela Odebrecht a funcionários peruanos em troca de contratos milionários de obras públicas pode envolver cerca de cem pessoas, segundo informou no domingo o presidente do Poder Judiciário do país, Duberlí Rodríguez.
Rodríguez afirmou que o processo será um quebra-cabeças, cujas peças deverão ser juntadas pela promotoria. Ele afirmou ainda que o processo já chegou à Justiça e se transformou em processo penal após o promotor anticorrupção, Hamilton Castro, pedir a primeira prisão preventiva no caso.
Castro pediu 18 meses de detenção para Edwin Luyo, preso na sexta-feira, 20, em Lima sob acusação de ter cobrado subornos quando era membro do comitê de licitação da Linha 1 do Metrô de Lima, vencida em 2009 pela Odebrecht por US$ 410 milhões. O juiz designado para o caso é Richard Concepción Carhuancho, titular do primeiro Juizado de Investigação Preparatória.
Acordo
Como parte de um acordo firmado com autoridades do Brasil, da Suíça e dos Estados Unidos, a Odebrecht admitiu ter investido cerca de US$ 800 milhões em subornos para ganhar licitações em 12 países. No Peru, o montante foi de US$ 29 milhões desde 1998.
No começo do mês, a empreiteira firmou um acordo com o Peru pelo qual se compromete a colaborar com as investigações de corrupção no governo local e a pagar um adiantamento de US$ 9 milhões (cerca de R$ 29 milhões) pelos ganhos ilícitos que obteve no país. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.