O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), assumiu pela primeira vez publicamente nesta terça-feira, 31, que disputará reeleição ao comando da Casa na próxima quinta-feira, 2, quando está marcada a eleição para os cargos da Mesa Diretora da Casa. O anúncio foi feito durante reunião da bancada do PMDB, para a qual o parlamentar fluminense foi convidado.
“Estou aqui hoje pedindo a cada um de vocês a reflexão, o voto, para que, junto com o presidente Michel Temer, em hipótese nenhuma, em momento nenhum, haverá da minha parte, como nunca houve, uma relação de hostilidade, mesmo quando a minha opinião seja divergente da opinião do presidente Michel Temer, a minha relação com o governo será sempre de harmonia”, afirmou Maia no final do discurso.
Em entrevista à imprensa após a fala, Maia confirmou novamente que será candidato e informou que deverá fazer o registro de sua candidatura nesta quarta-feira, 1º, quando acaba o prazo. Ele afirmou que “caminha” para formar um blocão de partidos que apoiam sua reeleição. O bloco deve ser formado por pelo menos 12 partidos, que somam 353 deputados. São eles: DEM, PSDB, PSB, PPS, PP, PR, PSD, PRB, PV, PHS e PC do B.
Pacto federativo
No discurso durante a reunião do PMDB, Maia criticou as ações ajuizadas na primeira instância para tentar barrar sua candidatura. Ele afirmou que esses tipos de processos são “graves” e, se confirmados, poderiam gerar “ativismo” de juízes de primeira instância. “Para minha felicidade, no caso da minha candidatura, foi derrubada”, afirmou, lembrando que uma dessas ações contra ele foi derrubada pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região.
O presidente da Câmara defendeu ainda que, para além das reformas que o governo Michel Temer está enviando ao Congresso, “precisamos discutir” o pacto federativo. Na avaliação do deputado do DEM, não é possível mais aceitar que as despesas fiquem concentradas com os Estados e as receitas, com a União. “É um tema difícil, mas que precisa ser enfrentado”, afirmou.
Em sua fala, Maia defendeu ainda um “parlamento forte”, para evitar a retirada das prerrogativas dos deputados. “Precisamos de um parlamento forte, onde nossas prerrogativas não continuem sendo retiradas pelo Judiciário ou mesmo pelo Executivo”, disse. Ele citou, por exemplo, as Medidas Provisórias, consideradas por ele um “engodo do passado” da Ditadura Militar.