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Sob cerco, ambulantes ainda resistem

“Olha o rapa! Olha o rapa!” Os gritos de alerta para a chegada dos guardas da Prefeitura se tornaram mais frequentes entre os ambulantes que atuam nas Marginais. As blitze já apreenderam carrinhos, isopores e sacolas com mais de 15 mil produtos. Mas, apesar do cerco, o comércio irregular resiste nas duas vias mais movimentadas da capital e continua desafiando a gestão João Doria (PSDB), um mês após o início do Marginal Segura.

Nos três últimos dias, o Estado encontrou ainda dois redutos de comércio irregular em pleno asfalto ao longo dos congestionamentos nos horários de pico. Pela manhã, os chamados “marreteiros” agem, principalmente, na região do complexo viário do Cebolão, que divide as Marginais do Tietê e do Pinheiros, no sentido Interlagos, na zona sul. À tarde, a concentração ocorre entre as Pontes da Casa Verde e da Vila Guilherme, no sentido Ayrton Senna da Tietê, na zona norte. Anteontem, eram 13 ambulantes desviando dos veículos sob um sol de 35ºC.

“Estou aqui desde a época do (ex-prefeito Paulo) Maluf. O (Celso) Pitta, o (José) Serra, o (Gilberto) Kassab também fizeram uma perseguição forte, mas não adianta intimidar. O Doria não vai conseguir tirar a gente daqui”, desafiou o ambulante Manoel Ferreira Lima, de 53 anos, que mora debaixo da Ponte das Bandeiras. Desde 1996, ele vende bebidas e salgadinhos no local.

Lima disse que comprou o “ponto de venda” no guardrail – barreira de proteção – da Marginal há 20 anos por R$ 1,2 mil de outro ambulante. Hoje, ele comanda uma equipe de quatro vendedores, entre eles um adolescente. “A gente chegava a tirar R$ 300 por dia. Hoje, encheu de gente e para tirar R$ 80 tem de ser um dia muito bom.”

Cerco. A retirada dos ambulantes é um dos eixos do Marginal Segura. Uma operação da Guarda Civil Metropolitana com apoio de agentes das prefeituras regionais, entre os dias 8 e 15, abordou 45 ambulantes e apreendeu 6,7 mil produtos que seriam vendidos irregularmente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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