O adereço mais usado neste carnaval é o celular. Com o aparelho em mãos, o folião tem compartilhado sua experiência carnavalesca em fotos, vídeos e, principalmente, transmissões ao vivo. Em vez das máscaras e das vantagens do anonimato, a regra parece ser a da máxima exposição. “Não é mais como assistir pela televisão ou apenas seguir um bloco ou trio elétrico. Não é uma relação fria. É um jeito de vivenciar o carnaval de forma intensa. Hoje, a gente é protagonista da festa”, afirma a publicitária Indrya Nieri, de 22 anos.
Os maiores blocos do Brasil já entenderam o potencial da relação entre redes sociais e o sucesso nas ruas. O Casa Comigo (que arrastou mais de 300 mil pessoas com ele) já tem um esquema “profissional” para a transmissão dos seus cortejos, com fotógrafos e produtores postando e alimentado Facebook, Twitter, Instagram, YouTube e Snapchat ininterruptamente.
Segundo dados do próprio Facebook, mais de 500 mil pessoas já confirmaram presença nas páginas dos bloquinhos de São Paulo, que saem até terça-feira. São também dos blocos de carnaval algumas das fotos mais curtidas da última semana do Instagram. Além disso, uma pesquisa realizada pelo Twitter mostra que, entre 2014 e 2016, as conversas sobre carnaval na plataforma cresceram 43%, atingindo cerca de 12 milhões de twitts. A expectativa é de que o crescimento se mantenha neste carnaval.
Mas, claro, ainda é possível encontrar quem não se sinta tão à vontade. Os mais tradicionalistas dizem querer saber “mais de samba no pé”. Para evitar a invasão de privacidade e a “marcação” em fotos, um grupo chamado CryptoRave ensina a maquiagem capaz de proteger qualquer um da ressaca do dia seguinte.