O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), recebeu neste domingo, 30, flores de uma ciclista que o abordou na saída da cerimônia de abertura da Japan House, na Avenida Paulista, região central da capital. A lembrança, no entanto, não agradou Doria, que atirou as flores pela janela do carro em que estava.
A produtora e ciclista Giulia Grillo, de 54 anos, afirmou que o gesto foi “em homenagem aos mortos nas Marginais”, após o aumento da velocidade nas vias, no início da gestão Doria.
“Eu como ciclista e pedestre estou me sentido muito desprotegida”, afirmou Giulia.
A assessoria de imprensa da Prefeitura disse que Doria reagiu a um “gesto invasivo e desnecessário”. Questionada se a reação não estava em desacordo com os princípios do prefeito e do programa Cidade Linda, a assessoria afirmou que o prefeito não deve fazer mais comentários sobre o assunto.
Acidentes
Segundo balanço da Polícia Militar, o número de acidentes nas Marginais Tietê e Pinheiros aumentou 67% no primeiro trimestre deste ano, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Foram 367 acidentes, contra 220 do ano passado.
Já de acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), houve oito mortes nas Marginais neste ano, sendo sete motociclistas que se envolveram em acidentes com outros veículos e um homem que foi atropelado na terça-feira, 25, ao tentar atravessar as pistas.
Antes do desentendimento, Doria foi atender ao chamado de um grupo de ciclistas na saída do evento. “O pessoal está precisando de ciclovia na periferia. Não tire a ciclovia da Vila Prudente. Não tira a da Consolação. Poe ciclorrotas nas outras vias, mas não na Consolação”, afirmou o homem, que não se identificou.
Doria respondeu que a Secretaria de Transportes está fazendo um amplo estudo das ciclovias e ciclorrotas da cidade. “É importante ressaltar que eu apoio as ciclovias e gosto dos ciclistas”, disse.