A polícia prendeu dois dos quatro suspeitos de executar nove sem-terra em Taquaruçu do Norte, em Colniza (MT) a 1.062 km de Cuiabá, norte de Mato Grosso, em abril. Segundo a assessoria da Secretaria de Estado de Segurança Pública, o suspeito de ser o mandante da chacina foi identificado, mas ainda não foi preso e negocia condições de sua entrega. As prisões foram feitas no Estado de Rondônia. Um terceiro homem conseguiu fugir.
As nove vítimas receberam tiros e golpes de facão e enxada. Peritos informaram que corpos apresentaram sinais de torturas, um deles teve a orelha arrancada e o pescoço degolado. O motivo seria “disputa de terra” e a suspeita é de que os autores do crime sejam capangas de fazendeiros e ou de madeireiros da região. O grupo de segurança privada para fazendeiros e madeireiros se autodenomina “Encapuzados”.
Nos últimos dez anos, 15 pessoas foram assassinadas na região de Colniza por causa de conflitos agrários, de acordo com a Comissão Pastoral da Terra em Mato Grosso (CPT/MT). No mesmo período, 165 famílias foram expulsas e 775 despejadas. Em 2007, 10 trabalhadores foram vítimas de tortura e cárcere privado e três foram assassinados, todos a mando de fazendeiros interessados em extração de madeira, segundo a entidade que é ligada à Igreja Católica.