A Guarda Civil Metropolitana (GCM) afastou um agente que foi filmando agredindo um morador de rua na Avenida Engenheiro Antonio de Arruda Pereira, no Jabaquara, zona sul da capital, na manhã de quarta-feira, 3. Nas imagens, o agente empurra e dá uma rasteira no morador de rua Samir Ali Ahmed Sati, de 40 anos, que terminou com uma fratura no punho, enquanto um carrinho de supermercado com todos os seus pertences lhe era tomado por agentes da Prefeitura.
No vídeo, é possível ouvir Sati perguntando, após o primeiro empurrão, se ele havia agredido o guarda. Depois, já chorando, ele dizia estar machucado. Caído no chão, o morador de rua ainda pede para que seu carrinho não seja levado pelos agentes. “É tudo o que eu tenho”, diz. O boletim de ocorrência do caso descreve que, ali, havia “roupas e pertences pessoais”.
Ainda segundo o boletim, o guarda que participou da agressão fazia parte da operação Reorganização do Espaço Público, da Prefeitura. Sati foi levado ao 35.ª Distrito Policial (Jabaquara) e precisou de atendimento médico por causa da fratura. Ele já havia sido detido pela polícia no passado, acusado de crimes como receptação e furto.
A Prefeitura divulgou duas notas sobre o caso. Na primeira, da Secretaria Municipal de Direitos Humanos, afirma que a conduta dos GCMs “não condiz com a política e a orientação da Prefeitura”. “A Secretaria de Direitos Humanos irá acompanhar todo o processo”, diz um dos textos. A outra, divulgada pela Secretaria de Segurança Urbana, a quem a GCM se reporta, afirma que “A Corregedoria Geral da GCM vai apurar a conduta dos agentes no procedimento” e que “preliminar e temporariamente, o guarda envolvido diretamente na ocorrência será afastado das atividades operacionais”.