Após cinco dias de silêncio, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), fez uma longa defesa pública da agenda econômica da gestão Michel Temer e disse que a Câmara não será instrumento de desestabilização do governo. Assim, Maia sinalizou que não pretende deferir nenhum dos 11 pedidos de impeachment protocolados até o momento contra Temer.
Maia disse que não é sua agenda gerar nenhuma desestabilização ao governo num momento de grave crise. “Reafirmo: a presidência da Câmara dos Deputados não será instrumento para desestabilização do governo. O Brasil já vive uma crise muito profunda para que essa Casa cumpra um papel de instabilização maior”, declarou.
O deputado ressaltou que continuará trabalhando de forma “harmônica” com Temer e o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), assim como atua com o Supremo Tribunal Federal. Ele lembrou que onde houve conflito com o Judiciário, as soluções foram construídas no diálogo com a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia. “É assim que entendo que devemos superar esse momento de crise”, insistiu.
Maia, que na prática fez um pronunciamento e evitou perguntas dos jornalistas, lembrou que, desde a última quarta-feira, o País vive uma crise grande e que precisa ser superada com “paciência e diálogo, fortalecendo as instituições”. “É um momento delicado, sem dúvida nenhuma, mas cabe aos presidentes cumprirem seu papéis constitucionais”, ponderou. Maia insistiu que as leis e a Constituição devem nortear as decisões, respeitando as instituições e a independência dos Poderes.
O deputado disse que é preciso permitir com que o presidente da República faça sua defesa e que cabe ao Supremo Tribunal Federal e o Ministério Público cumprirem seu papel de investigar. “À Câmara cabe legislar e nós vamos legislar na linha de garantir a estabilidade do País, garantir as condições para que os brasileiros possam superar a crise que foi herdada”, afirmou.
Ao defender a agenda econômica, Maia alegou que o compromisso não é com a agenda do governo ou do Congresso, mas com o País para superar a crise econômica, gerando emprego e reduzindo a taxa de juros. “Melhor do que a Bolsa Família é emprego com carteira assinada”, sustentou.