A bancada do PSDB na Câmara remarcou para esta quarta-feira, 24, a reunião com o presidente nacional do partido, senador Tasso Jereissati (CE), em que discutirá o apoio ao governo Michel Temer, após o presidente da República ser diretamente atingido pela delação de executivos da JBS. O encontro estava marcado para esta terça-feira, 23, mas foi adiado porque Jereissati não poderia participar.
Presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o tucano cearense comanda ao longo desta terça-feira a sessão na qual o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) tenta ler seu parecer sobre a reforma trabalhista. Como vem mostrando o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, a oposição está obstruindo os trabalhos do colegiado, em protesto contra o governo Temer e por eleições diretas para presidente da República.
O PSDB pretende esperar o julgamento da chapa Dilma-Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para só então decidir se continuará ou não apoiando o governo. “A ideia é ter prudência e, obviamente, um prazo para tomar a decisão”, disse o líder da bancada do PSDB na Câmara, Ricardo Tripoli (SP), numa referência ao julgamento da chapa, previsto para começar em 6 de junho. “Estamos preocupados com o País e não podemos deixar morrer as reformas.”
A bancada do PSDB na Câmara – a terceira maior da Casa (47 deputados) – pressiona os quatro ministros da legenda a entregar os cargos. A defesa mais explícita é feita pelo deputado João Gualberto (BA), que apresentou pedido de impeachment de Temer na semana passada junto com outros sete deputados da sigla. Esse grupo marcou reunião para esta terça quando o tucano espera que o número de deputados favoráveis ao desembarque aumente para 15 parlamentares.
Mesmo ainda sem renúncia, cassação ou impeachment de Temer, Gualberto já defende publicamente o início da discussão sobre o sucessor do presidente. “Tem que ser alguém com respaldo da população e apoio dos políticos, nomes como (ex-ministro) Nelson Jobim e (Henrique) Meirelles (ministro da Fazenda)”, afirmou Gualberto. O tucano reconhece que a bancada do PSDB no Senado é mais “cautelosa” e defende, por enquanto, a permanência no governo.