O delegado da Polícia Federal Josélio Azevedo de Sousa pretendia que o presidente Michel Temer prestasse depoimento na próxima semana, dia 31 de maio, no curso do inquérito com base nas delações do Grupo J&F. Em despacho do dia 24, ele delegou a uma escrivã da PF a ordem de intimar não só Temer, como também o senador Aécio Neves (PSDB-MG), para depor no dia 01/06, e o deputado Rodrigo da Rocha Loures (PMDB-PR), para o dia 02/06.
Com efeito, uma escrivã procurou a defesa de Temer, que, no entanto, recorreu ao Supremo pedindo o adiamento do depoimento até a conclusão da perícia nos áudios gravados pelo delator Joesley Batista, sócio do Grupo J&F. Em seguida ao pedido da defesa do presidente da República, o ministro Fachin esclareceu, em despacho, que a perícia nos áudios gravados pelo empresário Joesley Batista era a “única diligência por ora deferida” e pediu o retorno dos autos da Polícia Federal até o Supremo, para que ele pudesse decidir se atendia ou não a pedidos feitos – entre eles, o de Temer, para suspender depoimento até a análise dos áudios.
Pedido
Nesta sexta-feira, 26, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao ministro Edson Fachin que autorize a tomada de depoimento do presidente Michel Temer, alegando a necessidade de concluir de forma mais rápida o inquérito aberto contra ele, Aécio Neves e Rocha Loures pelo fato de que há investigados presos.
A Operação Patmos, no dia 18, prendeu preventivamente Andrea Neves, irmã de Aécio, Frederico Pacheco, primo do senador afastado, e Mendherson Sousa Lima, assessor do senador Zezé Perrella (PMDB-MG).
Os dois últimos apontados como as pessoas que teriam buscado R$ 2 milhões que teriam sido repassados indevidamente pela JBS a Aécio Neves.