O ator e produtor Fábio Matheus estava em seu Jac J3, parado ao lado da Estação Pavuna, no dia 3 de maio, às 20 horas. Esperava a namorada, que chegaria de Metrô, para irem ao aniversário de um primo dele. Antes que ela chegasse, porém, apareceu um rapaz de no máximo 18 anos. Ele encostou uma arma na cabeça do motorista e tomou o veículo. Com o assaltante estavam dois adolescentes. O trio fugiu, levando o automóvel – e o bolo do aniversário.
“Fui assaltado em um local iluminado, movimentado. Na delegacia, contaram que roubam de oito a 12 casos veículos por dia no bairro. Fico pensando onde é feito todo esse desmanche”, conta Matheus.
Um dia depois, Paulo de Oliveira, motorista de van escolar, parou o veículo – comprado uma semana antes – para que sua mulher deixasse uma criança em uma creche em Itacoatiara, Niterói. Dois adolescentes, de 14 e 15 anos, estavam no veículo. Ela ainda não voltara quando dois homens, com uniformes em nome de uma empresa, o dominaram. “Eles ligaram um bloqueador de rastreador e plugaram no carro. Só foram nos liberar 15 minutos depois. Eu só temia pelas nossas vidas.”
Para Kate da Silva, a agonia durou mais. Em 16 de maio, em seu Hyundai Tucson, ela saía do estacionamento do Hospital Pedro II, em Santa Cruz, na zona oeste, com o filho Enzo, de 4 anos, na cadeirinha do banco traseiro. Dois homens armados a dominaram. Kate tentou retirar o menino, mas os homens o levaram.
Por duas horas, Enzo e o carro sumiram. Acionados, PMs localizaram o veículo com os assaltantes e o perseguiram por 25 quilômetros. Os criminosos abandonaram o veículo com o menino em Bangu e fugiram.
No dia 20, caso semelhante começou na Rua Laudelina, em Nova Iguaçu, com uma menina de 3 anos. E teve o mesmo fim. Em 2007, porém, o roubo de carro com uma criança terminou na morte do menino João Hélio, arrastado por criminosos. O caso consternou a cidade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.