O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou nesta quarta-feira, 31, que o Centro de Alcântara, no Maranhão, precisa de mais área para ser economicamente viável e permitir o estabelecimento de um número maior de bases para o lançamento de foguetes e satélites.
“Hoje, restam 8 mil hectares não ocupados”, disse Jungmann, após participação no Fórum de Investimentos Brasil 2017, em São Paulo. “Há um acordo para cessão de mais 12 mil hectares, e aí poderemos ter várias plataformas de lançamento de países interessados e do próprio Brasil.”
O ministro voltou a afirmar que Estados Unidos, Rússia, França e Israel já manifestaram interesse no Centro de Alcântara, e que o governo está num processo de reformulação da governança que rege os lançamentos.
“Anteriormente, (a governança) era muito dispersa, precisamos enxugar e dar maior coordenação”, disse. “Também propusemos a criação de um Conselho Nacional do Espaço, para coordenar as políticas brasileiras voltadas ao espaço”.
Segundo Jungmann, com a instalação de novas plataformas e aproveitamento total da área de Alcântara, o Brasil poderá expandir suas receitas anuais no segmento de Defesa. “A operação da área de plataformas poderia ter um faturamento em torno de R$ 1,2 bilhão a R$ 1,5 bilhão ao ano. O Brasil está perdendo divisas e empregos”, disse.
Lava Jato
O ministro da Defesa afirmou também que a Operação Lava Jato levará o País a uma revisão de seu processo de “compliance institucional”. “O que vivemos hoje no grande processo da Lava Jato é uma revisão de compliance institucional. As regras institucionais, se pudermos dizer, nesse momento, estão sendo revisadas”, disse Jungmann.
Ele afirmou ainda que essa revisão de regras provocada pela Lava Jato vai levar o Brasil “a outro nível de visualização”.