Será julgado por júri popular o soldado da Polícia Militar Luís Paulo Izidoro, de 28 anos, acusado de matar com um tiro o jovem Brian Cristian Bueno da Silva, de 22, durante abordagem policial, em junho de 2006, em Ourinhos, interior de São Paulo. A juíza Renata Ferreira dos Santos Carvalho, da 2ª Vara Criminal de Ourinhos, entendeu que o crime foi doloso (com intenção de matar), praticado por motivo fútil e sem dar chance de defesa à vítima. A data do julgamento não foi marcada. A defesa do policial informou que vai entrar com recurso.
Brian saía de uma festa agropecuária com amigos, quando o carro em que estavam recebeu sinal de parada numa blitz policial. De acordo com a denúncia, o PM Izidoro se irritou porque o jovem pôs a mão para fora e levantou um cone de sinalização instalado pela polícia.
Ele se aproximou do jovem, que estava no banco do passageiro, agarrou-o pela colarinho e disparou a arma, uma pistola Taurus. Brian ainda foi socorrido, mas já chegou sem vida ao hospital. Inicialmente, os policiais apresentaram a versão de que o jovem teria reagido à abordagem.
Diante do depoimento de testemunhas, os policiais mudaram a versão e passaram a sustentar que a arma havia disparado de forma acidental. O PM chegou a ficar preso no Presídio Romão Gomes, na capital, mas foi solto após obter o direito de responder pela acusação em liberdade.
Em sua defesa, Izidoro alegou que os ocupantes do carro não atenderam à ordem de descer do veículo. Ao se aproximar da janela do passageiro, percebeu um movimento brusco de Brian e, por segurança, recuou. Nesse momento a arma teria disparado, sem que ele tivesse acionado o gatilho. A juíza entendeu que o conjunto de provas indicam que o jovem foi executado pelo policial. Izidoro vai aguardar o julgamento em liberdade.