A defesa do presidente Michel Temer pediu mais tempo ao Supremo Tribunal Federal (STF) para responder às 82 perguntas feitas pela Polícia Federal (PF) no inquérito da Operação Patmos – investigação que o põe sob suspeita no caso JBS. Na semana passada, o ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no STF, deu 24 horas para Temer dar respostas às indagações dos investigadores.
Como os questionamentos foram enviados nesta segunda-feira, 5, o presidente teria até a tarde desta terça-feira, 6, para se manifestar. A defesa pede agora para que este prazo seja ampliado para até o fim da semana. O advogado Antônio Mariz apelou para o “bom senso” de Fachin e defendeu a necessidade de um “prazo razoável” para Temer responder às questões. De acordo com Mariz, seria “absolutamente impossível e contrário ao princípio da razoabilidade” exigir uma manifestação dele em apenas um dia por causa da “complexidade” e da “quantidade surpreendente” das interrogações.
“A análise de cada uma das 82 indagações imporá um grande esforço de S. Excelência, que não poderá descuidar das obrigações inerentes ao cargo, dentre as quais a de cumprir a sua carregada agenda, marcada por compromissos que lhe ocupam mais de 15 horas por dia”, diz o pedido do advogado.
Em outro despacho, o ministro afirmou que Temer não precisaria responder a todos os questionamentos. A defesa, no entanto, afirmou agora que o presidente quer esclarecer todas as dúvidas relacionadas à gravação da conversa com o dono da JBS, Joesley Batista, mesmo com a perícia não concluída, por serem “de fundamental importância para a sua defesa”.