Em um pronunciamento de menos de cinco minutos ao lado do diretor da Polícia Federal, Leandro Daiello, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, tentou desmentir neste sábado (24) rumores sobre a saída do diretor da PF, ao destacar que “não há nomes, e sim instituições”, mas não respondeu se o diretor está garantido no cargo. “Não há nomes. Há instituições. Não estamos preocupados com personalidades, estamos comprometidos com a instituição”.
“O Ministério da Justiça e a Polícia Federal fazem questão de expressar à sociedade brasileira a sua absoluta harmonia na condução das duas instituições. O noticiário que está aí é, para usar um termo moderno, a pós-verdade, não corresponde à realidade, não constrói afabilidade, em nada ajuda a boa condução dos interesses públicos”, disse Torquato. “Daiello e eu temos trabalhado, desde que aqui cheguei, com a mais absoluta harmonia e camaradagem, ambos igualmente comprometidos com a instituição Polícia Federal”, afirmou o ministro.
Torquato saiu da sala sem responder as perguntas de jornalistas e deixou o diretor da PF na mesa. Daiello fez uma breve fala aos jornalistas, destacando que apresentou a pauta da instituição desde o inicio da gestão de Torquato e também saiu sem responder a imprensa.
O Ministério da Justiça havia informado que haveria uma coletiva de imprensa para desmentir o que a Pasta chamou de “boatos” sobre a saída do diretor. Durante sua breve fala, o ministro disse que o projeto de administração é de modernidade, tecnologia e internacionalização. “É preciso ir além das fronteiras, isso significa mais tecnologia”, disse, tentando aparentar normalidade.
“Qual é o projeto desta administração deste Ministério da Justiça com a Polícia Federal? É a modernidade, tecnologia, é internacionalização da sua capacidade operacional”, disse. “Atuar além-fronteira significa mais tecnologia, a melhor possível, essa é a primeira prioridade. E a segunda prioridade é a capacitação de meios e de pessoal para atuação internacional.”
Mais cedo, a Coluna do Estadão informou que Torquato e Daiello se reuniram em meio às especulações de que o diretor-geral será substituído do cargo e no momento em que a PF concluiu o inquérito que investigou o presidente Michel Temer. O inquérito concluiu que o presidente cometeu crime de corrupção e que a gravação feita por Joesley Batista de conversa com o peemedebista no Palácio do Jaburu não teve edições. O áudio é uma das provas apresentadas por Joesley em sua delação premiada.