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Sob críticas, ministério reestrutura hospitais do Rio

Em meio à crise dos hospitais federais do Rio, com extensas filas para cirurgias, emergência fechada, falta de insumos e protestos de servidores, que cobram mais contratações e a prorrogação dos contratos temporários, o Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira, 28, a reestruturação da rede federal. De acordo com o secretário de Atenção à Saúde, Francisco de Assis Figueiredo, as seis instituições se tornarão especializadas por área de atuação. A meta é ampliar em 20% o atendimento em oncologia, ortopedia e cardiologia. A proposta foi criticada por entidades médicas.

Figueiredo anunciou que os hospitais federais não terão mais filas próprias para cirurgias. A regulação será feita pela secretaria de Saúde do Estado ou do município. A rede federal passará a receber somente pacientes referenciados. Ele informou ainda que não vai haver alteração no agendamento de cirurgias, consultas e exames que já foram marcados.

O Ministério da Saúde contratou ainda consultoria do Hospital Sírio-Libanês para traçar o perfil das instituições federais no Rio – Hospitais do Andaraí, da Lagoa, de Ipanema, de Bonsucesso, Cardoso Fontes e dos Servidores do Estado. Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), Instituto Nacional de Câncer (Inca) e Instituto de Cardiologia de Laranjeiras ficam de fora.

Para o médico Jorge Darze, diretor da Federação Nacional dos Médicos, a medida é uma tentativa do ministério de driblar a falta de profissionais. A pasta já anunciou que não renovará contratos temporários – um quarto dos profissionais de saúde dos hospitais (3.226) é terceirizado. Os contratos terminam até o fim do ano.

Já o presidente do Conselho Regional de Medicina (Cremerj), Nelson Nahoun, diz que a fila de cirurgia na rede federal foi fechada em 24 de abril. “A fila parou de crescer porque a rede federal mandou pacientes para a regulação do Estado e do município, mas são pessoas que até hoje não conseguem atendimento.” O Cremerj ainda tem feito vistorias na rede federal com a Defensoria Pública da União. “O que temos encontrado é um desmonte.”

Mudanças

Questionado, Figueiredo negou o desabastecimento na rede federal. “Não haverá suspensão de nenhum serviço, não haverá cortes e não haverá diminuição dos serviços prestados. Estamos unindo os serviços para termos uma escala maior na produção cirúrgica, clinica e na questão ambulatorial”, disse.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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