O governo de São Paulo deu um prazo até o fim deste mês para a concessionária responsável pela construção e operação da Linha 6-Laranja da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) retomar as obras, que estão paradas desde setembro do ano passado. Se o consórcio Move São Paulo não atestar que tem condições de continuar os trabalhos, o governo promete rescindir o contrato e relicitar as obras.
O ultimato foi dado nesta terça-feira, 4, pelo governador Geraldo Alckmin durante entrevista coletiva para oficializar a entrega de um trem à CPTM . “Ou resolve neste mês de julho ou já será iniciado o processo de caducidade para fazer uma nova licitação”, disse o tucano.
O consórcio, formado pelas empresas Odebrecht Transport, Queiroz Galvão, UTC Engenharia e o fundo Eco Realty, pode desistir de continuar com as obras por não conseguir a liberação de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), afirmou o secretário de Logística e Transportes, Clodoaldo Pelissioni. A Operação Lava Jato complicou a situação das empresas junto à instituição financeira por causa de suas “reputações”, destacou.
Uma saída esperada pelo governo é o interesse do grupo espanhol Cintra-Ferrovial em comprar a parte das empresas brasileiras no consórcio, conseguir o financiamento do BNDES e assim retomar as obras. “Esperamos que nos próximos dias, a empresa chegue com uma proposta formal. Se ela não chegar, aí sim vamos abrir um processo de caducidade”, disse o secretário.
A eventual rescisão do contrato abriria um prazo de, no mínimo, seis meses para uma nova empresa ser contratada. Mesmo assim, segundo Pelissioni, será mantido o prazo de novembro de 2021 para a conclusão das obras. A linha 6-Laranja percorrerá 15 quilômetros entre a região da Brasilândia, no noroeste da cidade, e São Joaquim, interligando-se com duas linhas de metrô e duas da CPTM.