Um dia antes da votação da denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara, o PMDB decide “fechar questão” contra a aceitação da denúncia. O anúncio foi feito pelo presidente da legenda, senador Romero Jucá (RR) em seu Twitter, na tarde desta terça-feira, 1.
No jargão político, “fechar questão” significa que todos os parlamentares da sigla devem adotar a mesma posição. Ainda que o presidente seja do PMDB, há uma ala dentro do partido que é favorável à aceitação da denúncia.
Segundo o Placar do Estadão, ao menos quatro deputados se declararam abertamente contra o presidente. Dentre eles, Sérgio Zveiter (PMDB-RJ) que foi o primeiro relator da denúncia na CCJ, que foi derrotado e preterido por um parecer favorável a Temer. Quase a metade (30) dos 63 deputados bancada peemedebista não declararam voto ou se disseram indecisos ao Estado.
Jucá ainda deu a entender que deputados que votarem contra o presidente no plenário serão punidos. “Reafirmo que, como presidente do partido, qualquer ato em contradição a essa decisão sofrerá consequências”, disse.
Já o presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), que nomeou Zveiter como relator e depois Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) – cujo relatório foi favorável a Temer – disse que vai se abster na votação de quarta-feira. À Coluna da Sonia Racy, o parlamentar afirmou que os critérios dessa votação são “muito íntimos e próprios de cada deputado”.
Segundo Pacheco, “é um erro” fechar questão em assuntos “que não são projeto de lei, reforma importante ou algo que contrarie os princípios da legenda”.
Senadores
Nos últimos dias, o presidente do PMDB travou embates com dois senadores contrários ao governo: Roberto Requião (PR) e Kátia Abreu (TO). A senadora falou nesta quarta-feira em seu Twitter que Jucá tenta amedrontar deputados peemedebistas. A intenção seria evitar dissidências na votação da denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara.
Em um bate-boca acalorado nas redes sociais, Jucá sinalizou que levará o nome de Requião para ser debatido na Executiva Nacional, pelo seu comportamento que fica “fica atacando o partido, os partidários e tentando atrapalhar o que nós queremos fazer para melhorar o Brasil”.