O líder da Rede na Câmara, Alessandro Molon (RJ), afirmou em discurso no plenário que a eventual rejeição da denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara representaria uma forma de obstrução de Justiça por parte do Parlamento.
Segundo Molon, a Câmara corre risco de colaborar com a impunidade e permitir troca de votos. “Será que o Parlamento será cúmplice (de Temer)? Será conivente com crimes?”, questionou. “Os brasileiros estão cansados de ver o Parlamento passar a mão na cabeça de quem comete crimes e temos hoje a oportunidade de virar essa página.”
Para Molon, a denúncia contra Temer deve ter continuidade porque o peemedebista admitiu que recebeu clandestinamente o empresário Joesley Batista, dono da JBS, que posteriormente chamou de “criminoso”. Molon considera que Temer recebeu Joesley em “um encontro clandestino, no porão, para tratar de temas espúrios”.
O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) criticou a suposta compra de votos por parte do governo para favorecer Temer durante a votação. O presidente precisa de 172 votos para barrar a denúncia e de 342 deputados presentes no plenário para que o caso seja apreciado rapidamente.
“Falaram que era preciso fazer ajuste fiscal, teto de gastos, reforma trabalhista e da Previdência, mas dinheiro para comprar deputado eles têm. É isso que o povo precisa saber. Governo Temer é maior retrocesso da história do Brasil”, declarou Valente.
O deputado paulista disse ainda que os parlamentares que votarem a favor de Temer serão “coniventes com a corrupção”.
Após a fase de discursos e votação de requerimentos, o processo de votação da denúncia contra Temer já começou. Valente e Molon falaram como representantes dos parlamentares que são favoráveis à denúncia. Cada um discursou por cinco minutos.