Em seis quilômetros de muro, 251 mil mudas de 30 espécies foram plantadas na Avenida 23 de Maio, formando o maior jardim vertical de São Paulo. O corredor verde, que substituiu as paredes cinzas da via, será inaugurado neste sábado, 5, pela Prefeitura.
As mudas de manjericão, alecrim, orégano, salsa e flores plantadas em quase 11 mil metros quadrados vão ajudar a reduzir as alterações de temperatura e os ruídos e darão um novo visual para uma das principais avenidas da capital, por onde passam diariamente, segundo a Prefeitura, cerca de 1 milhão de pessoas.
“O jardim vertical aceita qualquer tipo de planta, mas buscamos espécies que integrassem bem com o ambiente da avenida. Escolhemos aquelas que têm mais autonomia para se desenvolver e que não crescessem muito, por causa da proximidade do muro com os carros”, disse Guil Blanche, fundador do Movimento 90°, responsável pela implementação e manutenção.
Segundo ele, os paisagistas e engenheiros agrônomos envolvidos no projeto optaram algumas ervas que deixassem o jardim “mais sensorial”. “A cidade, a avenida e o jardim são das pessoas. Então, elas podem colher umas folhinhas de manjericão ou sentir o cheiro de alecrim quando passarem por lá.”
O jardim custou R$ 9,7 milhões para ser instalado e sua manutenção exigirá, mensalmente, cerca de R$ 137 mil (R$ 12,50 o metro quadrado). O custeio das obras e do cuidado com o jardim pelos próximos seis meses será feito por uma empresa como parte de uma compensação ambiental pelo corte de 856 árvores de um terreno no Morumbi, na zona sul, para construir três torres com apartamentos de alto padrão. Ao término de período, a manutenção pode ser concedida para outra empresa.
“Os primeiros seis meses de um jardim são os mais importantes, porque é o momento em que se analisa se as plantas escolhidas são as mais corretas e é possível corrigir os erros para o seu desenvolvimento”, disse Guil. A irrigação do corredor será feita com água da chuva e haverá monitoramento remoto e diário do sistema.
Mudança de cores
O corredor verde foi anunciado pela gestão João Doria (PSDB) em janeiro, quando as paredes da avenida, que antes abrigavam grafites, foram pintadas de cinza.
“São Paulo é uma cidade com uma ausência de verde alarmante, índices de poluição preocupantes. O jardim vai ajudar a melhorar essa questão, além de tornar a avenida mais bonita, mais colorida. É muito satisfatório ter a possibilidade de mudar a cara de uma avenida como essa”, disse Guil.
Segundo a Prefeitura, outras vias de São Paulo podem ser transformadas em corredores verdes com o financiamento pela iniciativa privadas, utilizando Temos de Compromisso Ambiental (TCAs) para a implementação. A gestão não informou quais são as vias onde há estudos para a construção dos jardins verticais.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.