Após derrubar a denúncia por corrupção passiva, o presidente Michel Temer dedicou boa parte desta semana a viagens. Esteve dois dias em eventos em São Paulo e nesta quarta-feira, 9, participou de cerimônia no Rio. Na agenda presidencial para essa semana está prevista mais uma viagem: Temer deve ir na sexta-feira, 11, a Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso, para inauguração da primeira usina de etanol feito 100% de milho. O “escav” (escalão avançado), que é a equipe precursora da viagem, já está no Estado, mas a viagem ainda não foi confirmada oficialmente pelo Palácio do Planalto.
Em entrevista ao Grupo Estado na semana passada, o presidente afirmou que pretendia se dedicar a percorrer mais o País a partir de agora. “Nos primeiros meses deste ano cuidei de encaminhar as questões fundamentais para o País junto ao Congresso Nacional, mas não deixei de viajar também”, disse, citando a obra de transposição do Rio São Francisco, no Nordeste, que ele visitou. “Não viajei talvez o suficiente. A partir de agora vou passar a me concentrar mais nas viagens, porque é incrível o que temos para inaugurar de casas, de estradas, de obras inacabadas. Vou viajar muito neste período pelo País inteiro”, completou.
Temer, que enfrentou um pequeno protesto nesta quarta-feira durante a cerimônia de abertura do Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex 2017), no Rio, disse ainda na entrevista que não teme vaias. “Imagina. Vaia é o aplauso ao contrário”, afirmou.
Segundo fontes do Planalto, não há até o momento previsão de outras viagens. De acordo com um auxiliar do presidente, as viagens estão sendo definidas e informadas em cima da hora.
Internacional
Estão previstas pelo menos duas viagens internacionais: nos dias 3 a 5 para a China, onde o presidente vai participar da reunião dos Brics, e também em setembro, dia 19, quando fará o discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Na China, o Brasil deve assinar um memorando de entendimentos sobre investimentos em ferrovias. Com isso, serão lançadas bases para viabilizar projetos como a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e a polêmica Bioceânica. O documento reafirmará o interesse dos signatários nos empreendimentos, mas não obriga que sejam realizados com esses parceiros.
A área internacional do Planalto passa por reformulações da equipe e, segundo fontes, também não há novas viagens no radar.