O desembargador aposentado Francisco Barros Dias foi preso preventivamente nesta quarta-feira, 30, pela Polícia Federal na Operação Alcmeon – investigação sobre suposto esquema de venda de sentenças no âmbito do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), sediado no Recife.
Segundo os investigadores, ele teria recebido R$ 150 mil em 2012 para soltar um dos alvos da Operação Pecado Capital, Rychardson de Macedo. O magistrado também teria liberado bens bloqueados de Macedo.
A Pecado Capital investigou fraudes no Instituto de Pesos e Medidas do Rio Grande do Norte. Barros Dias teria recebido o dinheiro no pátio de estacionamento da Corte federal.
O desembargador é mestre em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco e graduado em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Com mais de 30 anos de experiência na área jurídica ele é desembargador federal emérito do TRF da 5ª Região e ex-promotor de Justiça.
Professor da UFRN, foi juiz do Tribunal Regional Eleitoral/RN em três mandatos. Exerceu, como juiz federal, a Direção do Foro da Seção Judiciária do Rio Grande do Norte por vários anos e o cargo de corregedor-geral da 5ª Região nos exercícios de 2013 a 2015.
Outro desembargador, Paulo Gadelha, já falecido, teria recebido R$ 100 mil, também para votar pelo habeas de Macedo.
A Operação Alcmeon, baseada em Natal e desencadeada nesta quarta, tem lastro em delações premiadas, escutas telefônicas e ambientais e resultado da quebra de sigilo bancário e fiscal de investigados.
A PF destaca que o desembargador Barros Dias não teria respeitado o período de quarentena (três anos) quando deixou a magistratura e passou a advogar. A investigação indica que o desembargador teria captado clientes para obtenção de vantagens no tribunal.
Defesa
A reportagem não localizou a defesa do desembargador federal aposentado Francisco Barros Dias até a publicação desta matéria. O espaço permanece aberto para manifestação.