Com um crescimento maior do que poderia suportar e nenhuma reserva financeira, o sistema federal de ensino superior corria grandes riscos de entrar em crise com o País. É o que aponta o coordenador do Laboratório de Estudos em Educação superior da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Renato Pedrosa.
“Essa crise das federais tem basicamente a ver com a economia e com os cortes do governo. Mas certamente é consequência de uma falta de previsibilidade e cuidado na expansão do sistema até dois ou três anos atrás. Havia uma ideia de que o dinheiro ia crescer, que a receita ia aumentar para sempre”, disse.
Ele destaca que o fato de o governo federal ter o controle dos recursos pode ser um fator que dificultou o planejamento individual das instituições. “Se estivesse no orçamento de cada uma delas o controle do que vai ter de receita e quanto pode gastar, teriam mais cuidado.”
Pedrosa também destacou que houve um enfoque maior no ensino superior em detrimento da educação básica. “Há um estímulo de entrada na universidade mesmo sem ter uma demanda igual de quem sai do ensino médio.”
Retrocesso
O ex-ministro da Educação Aloizio Mercadante (PT), enviou nota em que diz que “o governo de Michel Temer promove um retrocesso sem precedentes na história da educação”.
“É flagrante mais uma tentativa de esconder os retrocessos e as dificuldades, procurando responsabilizar a gestão anterior, desta vez, pelos cortes no orçamento dos institutos e universidades federais.”
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o ministro da Educação, Mendonça Filho, criticou a administração de parte das federais e disse que o governo Dilma promoveu um crescimento irresponsável dos gastos em ano eleitoral, chamado por ele de “orgia orçamentária”, o que comprometeu o futuro das instituições federais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.