Uma adolescente de 17 anos foi linchada em um posto de gasolina do bairro Jardim Mangalot, na zona norte de São Paulo, por volta das 3 horas da madrugada de anteontem. Testemunhas disseram à polícia que ela foi espancada com chutes e socos por cinco mulheres.
Segundo pessoas próximas da vítima, a jovem se relacionou com o marido de uma das supostas agressoras. Esse homem morreu há poucos meses de overdose, quando estava junto da garota assassinada anteontem. Depois disso, a menina se tornou alvo de ameaças.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que duas das agressoras foram identificadas, mas não revelou nomes. O caso foi registrado como homicídio no 33.º Distrito Policial (Vila Mangalot). A jovem foi enterrada ontem de manhã em Perus, na zona norte.
Após o espancamento, a jovem chegou a ser levada ao hospital, mas não resistiu. No momento do crime, estava acompanhada de outra adolescente e um adulto. Segundo testemunhas, a intensidade das agressões deixou a vítima quase irreconhecível. Uma amiga disse só ter identificado a garota pelo formato largo da boca.
Dor e medo. “Bateram muito mesmo”, resumiu o irmão. A mãe está “abalada”, chora e passou a maior parte da tarde de ontem deitada. Ele diz que a principal suspeita do linchamento, a mulher que teria sido traída, conhece a família – é filha de uma antiga cuidadora dele e da irmã na infância.
Com mais de 1,70 metro e cabelos escuros, longos e encaracolados, a garota é descrita na vizinhança como alegre. “Conheço desde bebê. Sempre passava sorridente, cumprimentando todo mundo na rua”, comentou uma moradora. “Nunca vi bater boca com ninguém. É revoltante, uma covardia. Nem bicho faz o que fizeram com ela.” Vizinhos evitavam dar mais detalhes, com medo de eventuais represálias.
A jovem havia feito 17 anos na última segunda. “Parece que foi despedida, sei lá. Não acredito no que fizeram. Ninguém merece uma morte dessa”, diz uma amiga próxima. “Minha filha não para de perguntar onde ela está. Falo que foi para um lugar melhor. Mas não pode ficar assim: tem de ter justiça.” O Estado não conseguiu encontrar funcionários do posto que tenham testemunhado o crime.
A vítima estudava, mas deixou de frequentar o supletivo porque a escola ficava na comunidade onde morava a autora das ameaças. Na página do Facebook da garota, ainda há dois comentários com intimidações. “Está preparada para as consequências? Seus passos de hoje em diante serão rastreados”, escreveu uma usuária. Outra mensagem do mesmo perfil: “Então vamos nos falar, né, porque está chegando a sua hora.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.