Os cursos de ensino superior presencial tiveram em média reajuste de preços de 1,2% no ciclo de matrículas do segundo semestre de 2017 na comparação com igual período do ano passado, de acordo com levantamento do Quero Bolsa, plataforma online que reúne bolsas de estudos em universidades privadas. No ensino a distância, o reajuste das mensalidades foi maior, da ordem de 3,8%.
Embora tenha havido aumento de preços, os reajustes ficaram abaixo do aumento de custos no setor. Os salários de professores são o principal custo das empresas de ensino e são normalmente reajustados em dissídios coletivos tendo como base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), o qual variou cerca de 4% no período.
André Narciso, diretor financeiro da Quero Educação, avaliou que os reajustes abaixo da inflação no setor ainda refletem um cenário fraco para as matrículas, sobretudo na modalidade presencial. Embora existisse uma expectativa de melhora para o segundo semestre deste ano, esse otimismo acabou frustrado e a percepção é de que empresas ainda têm tido pouco espaço para reajustar preços em meio a demanda enfraquecida pelo desemprego e retração da oferta de financiamento.
Os números mais recentes sobre matrículas de estudantes em cursos de ensino superior são de 2016, do Censo da Educação Superior. Pela primeira vez em 25 anos, o número de alunos na rede particular de ensino superior caiu no Brasil. Em 2016, as instituições privadas – que respondem por 75,3% das matrículas nessa etapa de ensino – tinham 6,05 milhões de matriculados, ou 16,5 mil estudantes a menos do que no ano anterior.
Já no ensino a distancia, Narciso avalia que há uma demanda ainda mais aquecida. Como os cursos a distância são tipicamente mais baratos do que os presenciais, estudantes com restrições orçamentárias acabam buscando essa modalidade.