O presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) só serão notificados na tarde desta quarta-feira, 27, da denúncia apresentada pelo ex-procurador-Geral da República Rodrigo Janot, que acusa os peemedebistas de obstrução de justiça e organização criminosa.
Depois de problemas técnicos para entregar a notificação ontem após a leitura da denúncia, a expectativa era que o primeiro-secretário da Câmara, Fernando Giacobo (PR-PR), trouxesse ao Palácio do Planalto o documento por volta das 10h30 desta quarta. No entanto, a Câmara não conseguiu solucionar as pendências operacionais e adiou a entrega novamente, para as 14h30.
Os prazos regimentais para análise da denúncia começarão a contar a partir da notificação. Com isso, o presidente da comissão, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), anuncia hoje se manterá a denúncia contra Temer e ministros tramitando em conjunto ou se vai desmembrá-la. A expectativa é que o peemedebista também indique o relator do processo.
No Planalto, a expectativa é que a tramitação ocorra de uma forma “natural”, sem pressa e nem morosidade. Um auxiliar palaciano afirmou que o presidente pediu uma defesa consistente e que o ritmo tem que ser o mais natural possível. Segundo essa fonte, o andamento da denúncia não pode ser devagar demais para não parecer arrogância por parte do presidente e nem acelerado demais a ponto de que alguns o acusem de estar com medo, o que poderia ampliar as chantagens de parlamentares.
Entrega
A notificação será entregue ao subchefe de Assuntos Jurídicos, Gustavo do Vale Rocha. Ele terá papel de advogado informal na defesa do presidente nesta segunda denúncia. Na terça-feira, 26, Temer recebeu no Palácio do Planalto o advogado Eduardo Carnelós, que o defenderá na denúncia por formação de quadrilha e obstrução de Justiça.
Carnelós, que substitui o criminalista Antonio Mariz na defesa de Temer, foi trazido ao Planalto pelo subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil. Gustavo do Vale Rocha participou de reunião com Mariz e Temer em São Paulo na semana passada. Apesar disso, o almoço foi só entre Temer e Carnelós.