O líder do PSD na Câmara, deputado Marcos Montes (MG), afirmou nesta quarta-feira, 27, que o número de deputados do partido que votarão contra o presidente Michel Temer deve aumentar na segunda denúncia em relação à primeira. Segundo ele, a bancada da legenda, quinta maior da Casa, com 39 deputados, está “muito insatisfeita”.
“Acho que devemos ter de 15 a 20 deputados votando contra o presidente. A bancada está muito insatisfeita. Muitas emendas que foram prometidas não foram pagas. O governo não tem dinheiro”, afirmou Montes à reportagem. Na primeira denúncia, o PSD tinha 40 deputados, dos quais 14 votaram contra Temer, 22 a favor e dois se ausentaram.
Integrante do Centrão, o PSD continuará defendendo que a Câmara vote de forma separada a denúncia contra Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). “Junto, vai ser bom para os ministros, mas perigoso para o presidente”, disse.
Montes acredita, porém, que dificilmente o Centrão conseguirá o fatiamento. Nesta quarta-feira, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), já anunciou que a denúncia não será fatiada e terá um único relator, que elaborará somente um parecer para ser votado.
A CCJ é o primeiro local da Câmara em que a acusação é votada. De lá, a denúncia seguirá para votação no plenário da Casa. Para ser que o pedido de investigação da PGR seja aceito, pelo menos 342 dos 513 deputados devem votar a favor dela.