Integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) fazem protesto na manhã desta segunda-feira, 2, para marcar os dois anos da tragédia ambiental em Mariana (MG). Um grupo caminhou pelas ruas do Leblon, na zona sul do Rio, até a porta da sede da Vale, na Rua Almirante Guilhem, que fica no bairro.
O ato faz parte do 8º Encontro Nacional do MAB, que começou no domingo, dia 1º, e vai até quinta-feira, 5, no Terreirão do Samba, espaço da prefeitura no centro do Rio. Os manifestantes, que vieram de vários Estados, estão acampados no local. No protesto, eles levam cruzes de madeira, que representam os 19 mortos de Mariana. Eles também carregam bandeiras e cartazes com as inscrições “Vale assassina”, “Somos todos atingidos” e “Dois anos de lama e luta”.
O grupo critica a falta de punição para a empresa Samarco e de amparo às famílias prejudicadas – os moradores se ressentem da poluição da água do Rio Doce, que lhes era essencial, e da perda de casas e postos de trabalho – e também as consequências da privatização da Vale, realizada há 20 anos, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso.
O rompimento da barragem de Fundão, no subdistrito de Bento Rodrigues, a 35 km do centro da cidade histórica de Mariana, foi no dia 5 de novembro de 2015. A barragem continha rejeitos de mineração da Samarco, empresa sediada em Minas e controlada pela Vale e a anglo-australiana BHG Billiton. Foi o maior desastre ambiental do Brasil e seus efeitos continuarão a ser sentidos por um século, calcularam ambientalistas à época do acidente.