O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, anunciou nesta quarta-feira, 15, na Conferência do Clima da ONU, que é realizada em Bonn, na Alemanha, que o Brasil é candidato a receber a COP 25, prevista para 2019. A do ano que vem será em Katowice, na Polônia. O anúncio foi feito via Twitter. “O governo brasileiro está disponibilizando o Brasil para sediar a COP 25”, declarou sucintamente o ministro. A Argentina também se candidatou, mas já acolheu o evento em 1998 e 2004.
Ao jornal O Estado de S. Paulo, Sarney Filho disse depois do anúncio que havia recebido uma ligação do ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, dando o aval de que poderia fazer a candidatura, e já havia informado à secretária executiva da Convenção do Clima da ONU (UNFCCC), Patrícia Espinosa, sobre a oferta. Afirmou, porém, que isso ainda é um processo e destacou que ainda não foi pensada qual poderia ser a cidade a receber a conferência.
Pelo sistema de rotação das conferências, a cada ano ela deve ocorrer em um continente diferente. No ano passado foi na África (Marrakesh). Neste ano é na Alemanha, mas a presidência é de Fiji, pequena ilha do Pacífico. No ano que vem volta para a Europa, com a Polônia na presidência, e em 2019 deverá ser na América Latina.
A última vez que o continente recebeu uma COP foi em 2014, em Lima, no Peru. O Brasil nunca recebeu a cúpula, mas foi a sede de duas conferências de desenvolvimento sustentável da ONU, a Rio 92 e a Rio+20.
Verba
Em dia de discussões sobre combate ao desmatamento e desenvolvimento sustentável na Amazônia, os governos da Alemanha e do Reino Unido anunciaram aporte de cerca de R$ 500 milhões para o Fundo Amazônia e projetos no Mato Grosso e no Acre.
Por parte do KFW, o banco de desenvolvimento da Alemanha, a maior parte da verba, de € 33,92 milhões, é referente à primeira parcela, de um total de € 100 milhões, prometidos pelo país que abriga a COP referentes a resultados de queda de desmatamento observados até 2014. Outros € 17 milhões vão para o Mato Grosso e € 10 milhões vão para o Acre, para a implementação do Programa REDD+ (redução das emissões por desmatamento e degradação).
A parceria com o Acre vem de cinco anos e se estendeu para o Mato Grosso, ganhando o apoio do Reino Unido, que vai repassar 43 milhões de libras divididos entre os dois Estados e mais 19 milhões de libras para o programa Parceiros pela Floresta.
O anúncio ocorre em um ano em que a Noruega, o principal financiador do Brasil, e também a Alemanha, tinham indicado que iriam reduzir seus aportes no Fundo Amazônia
Ainda nesta quarta-feira, o País recebeu uma honraria indesejada pelos participantes durante as negociações climáticas: o “Fóssil do Dia”. O “prêmio” é dado pela Climate Action Network, rede de ONGs ambientalistas, para os países que ou estão atravancando as conversas na conferência ou não realizaram internamente as ações para o combate às mudanças climáticas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.