Roger Federer voltou a fazer história neste domingo. O tenista suíço venceu na grama de Wimbledon pela oitava vez e se tornou o maior campeão da história do torneio mais tradicional do mundo. Ele acumulou mais um recorde na sua vitoriosa carreira ao superar, na final, o croata Marin Cilic por 3 sets a 0, com parciais de 6/3, 6/1 e 6/4.
A rápida vitória, em apenas 1h41min, foi obtida numa decisão inesperada, marcada pela lesão do rival. O atual número seis do mundo sentiu dores no pé esquerdo durante o segundo set e até ameaçou desistir. Após atendimento médico em quadra, Cilic voltou a jogar bem no terceiro set, mas já era tarde demais para sonhar com uma reviravolta no placar.
Exibindo boas devoluções, como fizera com outros sacadores, Federer dominou Cilic desde o começo e não chegou a ser ameaçado ao longo da partida – não perdeu o saque em nenhum momento. Os dois protagonizaram bom duelo somente no primeiro set e no começo do terceiro. Cilic não ofereceu resistência no segundo. E, no fim da partida, já demonstrava claro abatimento pela derrota iminente.
Sem perder sets ao longo de toda a competição, o suíço bateu o recorde de títulos em Wimbledon, deixando para trás o norte-americano Pete Sampras e o britânico William Renshaw. Federer soma agora oito troféus. Sampras, aposentado, faturou sete na década de 90 e Renshaw se destacou ainda no século XIX, quando campeões de um ano só disputavam a final da edição seguinte.
O recorde em Londres vinha sendo buscado como grande meta pelo tenista nos últimos anos. Ele bateu na trave nos últimos três anos. Foi eliminado na semifinal em 2016 e foi vice-campeão em 2015 e 2014. Com o feito deste domingo, ele recupera o “trono” de Wimbledon.
Federer ainda ampliou seu recorde de títulos de Grand Slam. Agora são 19, abrindo vantagem para o espanhol Rafael Nadal, que chegou a 15 com o troféu de Roland Garros neste ano. O suíço venceu o Aberto da Austrália, no início do ano. Ao todo, ele acumula agora 93 títulos na carreira, cinco somente neste ano.
Atual número cinco do mundo, o tenista que completará 36 anos no próximo mês vai aparecer na terceira colocação do ranking da ATP na atualização desta segunda-feira.
O JOGO – Com Cilic sacando, a final começou com equilíbrio nos primeiros games. O croata teve os primeiros break points, mas não aproveitou. Federer não hesitou diante de suas oportunidades. Ele faturou a primeira quebra do jogo no quinto game, abrindo 3/2. Mais confiante após a quebra, o suíço voltou a se impor no serviço do rival na sequência e ampliou a vantagem, fechando o set inicial.
No segundo set, Federer esbanjou confiança nos primeiros pontos. Logo quebrou o saque de Cilic no segundo game e fez 2/0. Ao fim do terceiro game, o croata protagonizou momento incomum. Ele pediu atendimento médico, sinalizando dores, porém sem apontar o local. Até chorar antes de esconder o rosto embaixo de uma toalha e acabou não recebendo o atendimento.
O público se levantou, preocupado, diante da iminente desistência. Mas Cilic seguiu jogando. Até então, ele jogava normalmente, sem mancar ou demonstrar dores – o croata chegou à final com uma “quilometragem” de 14h30min de jogo no torneio até então. Em seu retorno, logo no seu serviço, apostou no saque e voleio, tentando acelerar os pontos.
Ele confirmou o game de saque, mas logo Federer voltou a se impor. O suíço obteve nova quebra e venceu o segundo set, após 61 minutos de jogo. Ao fim da parcial, Cilic enfim recebeu o atendimento e revelou dores no pé esquerdo. Tomou um analgésico e retornou ao duelo com uma nova proteção no local.
O terceiro set retomou o bom ritmo do início da partida. Cilic, sem sinais de dores, cresceu em quadra e a partida voltou a ganhar competitividade. Os primeiros games foram equilibrados, até que Federer quebrou novamente, no sétimo game, fazendo 4/3. A esta altura, o croata não escondia a dificuldade na movimentação no fundo de quadra.
Federer, por sua vez, seguia fazendo seu jogo. Ela devolvia praticamente todos os serviços do rival e impunha pressão. Com 5/4 e saque, o suíço mostrou sua conhecida frieza em momentos decisivos e se sagrou campeão de Wimbledon pela oitava vez ao converter seu segundo match point.
O octocampeão de Wimbledon terminou a final deste domingo com apenas oito erros não forçados, contra 23 do croata. Cravou 23 bolas vencedoras, diante de 16 de Cilic. E obteve cinco quebras de saque, em 10 chances. O croata não aproveitou a única chance de quebra que Federer permitiu na final.