Juros fecham entre estabilidade e alta, com pressão do câmbio e leilão de títulos

Após percorrerem a manhã com viés de baixa nos principais vencimentos, os juros inverteram o sinal na segunda etapa, passando a operar em leve alta e renovando máximas, especialmente na última hora da sessão regular. Além do aumento da volatilidade no câmbio ter imposto alguma cautela, o mercado também começou a se preparar para o leilão de prefixados do Tesouro nesta quinta-feira, 30, que, a manter a tônica recente, deve ofertar novamente lotes grandes de LTN. Esta questão técnica acabou por limitar na curva doméstica a reação positiva vista nos demais segmentos ao desfecho da reunião do Federal Reserve e à entrevista coletiva do presidente da instituição, Jerome Powell, embora na definição dos ajustes da sessão regular a subida das taxas tenha perdido força.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou estável em 2,74% e o DI para janeiro de 2023 também fechou com taxa estável, em 3,80%. O DI para janeiro de 2025 terminou com taxa de 5,38%, ante 5,363% ontem, e a taxa do DI para janeiro de 2027 subiu de 6,273% para 6,29%.

Depois de uma realização tímida de lucros ontem, as taxas começaram o dia para baixo, alinhadas ao clima de espera positivo pelo resultado do encontro do Fed, que ditava o rumo dos demais ativos. À tarde, a postura ficou mais defensiva com o dólar instável e as operações relacionadas ao leilão. "Nos últimos dias pré-leilão de títulos, temos visto a curva ficar mais alta nos momentos de ajuste do DI e na manhã do leilão também", disse o trader da Sicredi Asset Cassio Xavier Andrade.

Nesta tarde, o Tesouro divulgou o relatório mensal da dívida pública em junho, quando houve uma emissão líquida recorde de R$ 114,76 bilhões. De acordo com o coordenador de operações da Dívida Pública, Roberto Lobarinhas, o volume de emissões de julho foi ainda superior.

A poucos dias da decisão do Copom, a precificação da Selic na curva esta tarde continuava em -20 pontos-base, ou 80% de chance de corte de 0,25 ponto porcentual, segundo o economista-chefe do Haitong Banco de Investimento, Flávio Serrano.

Nesta tarde, inclusive, o Citigroup alterou sua estimativa para a reunião da próxima semana, de estabilidade para corte de 0,25 ponto. Na avaliação da instituição, a Selic deverá cair a 2% e ficar neste nível até o fim do ano que vem.

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