Enfim, o São Paulo ganhou uma. Depois de nove jogos sem triunfos, a equipe venceu o Vasco por 1 a 0, nesta quarta-feira, no Morumbi. O resultado não tirou a equipe da zona de rebaixamento, pois a Ponte Preta, primeiro time do lado de fora, também venceu. Em seu terceiro jogo como técnico, depois de um empate e uma derrota, Dorival Junior sorriu. E a torcida também. No final do jogo, os 22 mil pagantes espantaram o frio de 11º graus cantando alto o hino do clube.
A atmosfera de otimismo que começou ainda na manhã desta quarta, com a contratação de Hernanes, tomou conta do Morumbi. As torcidas organizadas receberam o time com festa, com direito a sinalizadores e tudo na entrada do estádio e gritaram em boa parte da partida. Trata-se de um pacto de apoio firmado até que o time consiga escapar do rebaixamento. Torcedores supersticiosos jogaram sal grosso no portão principal do estádio, exatamente por onde entrou o ônibus da delegação, e também na entrada do vestiário.
O time recebeu essa energia e conseguiu o gol no primeiro ataque, com pouco mais de um minuto. Após roubar na saída de bola do rival, Cueva avançou driblando e deu belo passe para Pratto, que chutou rasteiro e marcou seu quinto gol no Campeonato Brasileiro. Já são 12 na temporada.
Habituando à falta de criatividade e ao baixo número de finalizações dos últimos jogos, o torcedor do São Paulo teve uma angústia diferente nesta noite. Depois de ver o gol de Pratto, os mil pagantes acompanhavam com apreensão cada defesa do goleiro Renan Ribeiro. Nesse contexto, a galera respirou aliviada em uma falta cobrada por cima por no início da etapa final.
A recuperação do São Paulo também se explica pela boa atuação individual de figuras-chave da equipe. Uma delas foi o peruano Cueva. Depois de ter sido barrado do clássico diante do Santos e de ter sido substituído nos dois últimos jogos, o peruano reeditou as melhores atuações do início do ano. Foi dele o passe para o primeiro gol e deu lindo lençol na etapa final. Teve atuação dinâmica e participativa, inclusive defensivamente. O mesmo aconteceu com Jonatan Gomez, argentino que está se encaixando no time.
Por outro lado, Dorival acertou em cheio na única alteração que fez em relação aos dois primeiros jogos. Fiel ao discurso de manter a escalação para minimizar o pouco tempo de treinamento, ele mexeu apenas na lateral-esquerda. Depois de falhar no gol de calcanhar sofrido diante do Atlético-GO (empate por 2 a 2) e na saída de bola que originou o segundo gol da Chapecoense (derrota por 2 a 0), Junior Tavares perdeu a vaga. Edimar fez sua estreia. E foi bem. Fazendo o que o técnico havia pedido – marcar e pensar três vezes antes de avançar – ele deu mais segurança à equipe.
A outra alteração que fez o time melhorar foi involuntária. Depois de perder uma chance clara após o primeiro gol, o atacante Wellington Nem sofreu uma contusão no ombro e teve de ser substituído por Marcinho. A alteração, ainda na etapa inicial, foi comemorada pela torcida como se fosse um gol. Em 24 jogos, Nem marcou apenas um gol.
Mesmo com vários desfalques, entre eles, Luis Fabiano e Nenê, o Vasco mostrou organização para buscar o empate e levou perigo em dois chutes de longe de Bruno Paulista. A equipe perdeu poder de fogo quando Vagner, o craque solitário do time, saiu contundido no início da etapa final.
O São Paulo diminuiu o ritmo e passou a jogar atrás da linha da bola. Só conseguiu ser perigoso novamente aos 35, quando Cueva chutou em cima de Martín Silva e Pratto errou a pontaria no rebote.
No segundo tempo, o São Paulo não conseguiu repetir o ritmo frenético do início do jogo, e as chances ficaram mais escassas. Defender o resultado passou a ser prioridade, principalmente nas jogadas aéreas, como aos 35 do segundo tempo. Inseguro, o time correu riscos até os 43, quando Rodrigo Caio salvou o gol do Vasco na pequena área.
Com o triunfo, o São Paulo chegou aos 15 pontos, na 17ª colocação da tabela. O Vasco, com 20, ocupa a provisória nona colocação.
FICHA TÉCNICA:
SÃO PAULO 1 x 0 VASCO
SÃO PAULO – Renan Ribeiro; Bruno, Arboleda, Rodrigo Caio e Edimar; Jucilei, Petros, Wellington Nem (Marcinho), Cueva (Gilberto) e Gomez (Cícero); Lucas Pratto. Técnico: Dorival Junior.
VASCO – Martín Silva; Madson, Rafael Marques, Paulão e Ramon; Jean e Bruno Paulista (Evander), Pikachu (Guilherme), Wagner (Paulinho) e Escudero; Thalles. Técnico: Ednelson Silva (auxiliar).
GOL – Lucas Pratto, a 1 minuto do primeiro tempo.
CARTÕES AMARELOS – Paulão, Gomez, Rafael Marques, Petros, Lugano, Thalles.
ÁRBITRO – Wagner Reway (MT).
RENDA – R$ 552.781,00.
PÚBLICO – 22.574 pagantes.
LOCAL – Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP).