Após muita reclamação nas últimas edições do Campeonato Paulista, o limite de 28 jogadores inscritos por equipe mudará a partir da próxima temporada. Clubes e Federação Paulista de Futebol (FPF) já fecharam questão sobre o assunto e a alteração será oficializada no Conselho Técnico, marcado para outubro.
A referência vai ser o modelo europeu, utilizado na Liga dos Campeões da Europa e nos Campeonatos Inglês e Espanhol. No ano que vem, será permitida a inscrição de até 25 atletas e não haverá limite para jogadores promovidos das categorias de base.
Serão considerados atletas da base garotos de 16 a 21 anos completados até o fim da temporada com registro ativo no clube há pelo menos um ano e que, no período, tenham disputado uma competição oficial de base. A partir de 2019, o prazo de “carência” aumentará para 18 meses de registro. Pela proposta discutida entre os clubes e a federação, este período vai ampliar com o passar do tempo e deve chegar a três anos, prazo mínimo estipulado pela Uefa.
O limite de 28 atletas inscritos no Paulistão era alvo de críticas, sobretudo dos treinadores de São Paulo, Palmeiras, Corinthians e Santos. A principal queixa era que a restrição garantia a presença dos principais jogadores no Estadual, mas vetava a utilização de jovens talentos das categorias de base.
Como o Paulistão é disputado no primeiro semestre, muitos atletas ainda estão fora de forma por causa das férias e a ideia dos treinadores é usar a competição para dar rodagem aos garotos recém-promovidos das categorias inferiores, inclusive aqueles que participam da Copa São Paulo de Futebol Júnior.
Este ano, por exemplo, o Corinthians não inscreveu nenhum atleta campeão da Copinha. O volante Mantuan e os atacantes Pedrinho e Carlinhos chegaram a subir para treinar com a equipe principal, mas não disputaram o torneio estadual.
Participaram das discussões que definiu a mudança no regulamento o vice-presidente de Integração com Atletas da federação, o ex-jogador Mauro Silva, e representantes dos clubes da Série A1, entre eles Cícero Souza, gerente de futebol do Palmeiras, Alessandro, gerente de futebol do Corinthians, e Pintado, membro do São Paulo.
“A liberação da base foi um assunto que debatemos muito com os clubes. Falei com os presidentes, o Mauro Silva conversou com técnicos, comissões técnicas e executivos do futebol dos times. Funciona assim nas principais ligas do mundo e entendemos que será um grande avanço para o futebol paulista”, disse Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da FPF.