Um dos grandes objetivos de Paulo Henrique Ganso no segundo semestre é jogar mais. Vendido pelo São Paulo ao Sevilla por R$ 34 milhões em 2016, ele não teve muitas oportunidades em sua primeira temporada na Europa. O meia, sob o comando técnico argentino Jorge Sampaoli, ficou quatro meses sem jogar. Ao todo, fez 16 partidas em 2016/17 e só uma pela Liga dos Campeões da Europa. A chegada do técnico Eduardo Berizzo pode representar a chance de um recomeço para o meia.
Em entrevista exclusiva ao Estado, o jogador de 27 anos afirma que a temporada foi de aprendizado e adaptação na Espanha e que ele pretende trabalhar ainda mais para dar a volta por cima no futebol. Paulo Henrique Ganso revela que mantém contato com Neymar e que ainda sonha com a Copa do Mundo de 2018, que será na Rússia.
Como você avalia a sua primeira temporada na Europa?
Acho que foi uma temporada de aprendizados e adaptação. Levo essa primeira etapa no exterior como uma experiência extremamente positiva e que engrandeceu minha carreira. Espero que agora eu possa dar mais um passo à frente.
O que mais atrapalhou na sua chegada ao Sevilla?
Não diria atrapalhar, mas é claro que todo o processo de adaptação fora do Brasil tem suas dificuldades e seus desafios. O estilo de jogo, a língua, os comportamentos culturais… Você precisa ir se acostumando a todas essas coisas.
Como foi a sua adaptação ao novo clube?
Repleta de desafios, mas como disse, acabou todo o contexto servindo como uma baita experiência profissional e pessoal.
Como é sua rotina na cidade de Sevilla? Dá para aproveitar a vida cultural na Europa?
É uma rotina bastante pegada com treinos, jogos e viagens. É claro que nos momentos de folga, tentamos aproveitar, curtir a família, conhecer melhor a cidade e o país. Mas é ainda algo que não tive muito tempo para fazer nesta primeira temporada. Espero poder desfrutar mais desses momentos (fora do futebol) nesta próxima.
Como foi sua relação com o técnico Jorge Sampaoli? Acha que ele prejudicou seu desenvolvimento na equipe?
Ele fez um bom trabalho em sua carreira à frente do Sevilla. Claro que tem os seus métodos, suas ideias e nós precisamos respeitá-los sempre. Se ele optou por não me aproveitar em alguns momentos, eu entendi e respeitei, mas sempre estive pronto para aproveitar as oportunidades. São coisas do futebol. É preciso saber encarar e trabalhar ainda mais para dar a volta por cima.
O estilo do futebol espanhol é muito diferente do futebol brasileiro? Você acha que seu estilo de jogar se encaixa na Espanha?
Sim, acredito que sim. O futebol espanhol é de velocidade, mas também de valorização de posse de bola. Não é tanto de contra-ataques como o alemão, por exemplo. Também não é de marcação forte como o italiano. Do ponto de vista de comparação com o estilo sul-americano, sobretudo com o futebol brasileiro, acredito que, na Europa, o espanhol é quem mais se assemelha. Me sinto bem nesse estilo.
Qual é a perspectiva para esta próxima temporada?
Evoluir bem mais e ter mais minutos dentro de campo. Estou me preparando para realizar uma boa pré-temporada e estar preparado para iniciar a competição bem.
Acha possível retornar ao futebol brasileiro em breve?
Tenho alguns anos de contrato com o Sevilla (até 2021) e espero poder cumprir esses anos, com boa experiência na Europa. Voltar ao Brasil é algo que naturalmente vai ocorrer dentro de uma normalidade.
Você tem tido contato com o Neymar na Espanha?
Sim. Nós nos falamos de vez em quando. Brincamos muito por mensagens e redes sociais. É um irmão que o futebol me deu, um cara por quem tenho um carinho imenso e que sempre levarei comigo. Agora estamos perto um do outro de novo, mas, ao mesmo tempo, longe, por causa das agendas de cada um. É muito bom para ambos ver o desenvolvimento e evolução do outro.
Você tem acompanhado o São Paulo à distância. Como vê o momento do clube paulista?
Esse período de transição de um estilo para outro, de um treinador para outro, realmente leva tempo e requer paciência. Não se muda de um dia para o outro. Tenho certeza de que o (Rogério) Ceni deu seu melhor, mas vida de técnico no Brasil sempre está por um fio.
Ainda sonha em disputar a Copa do Mundo da Rússia?
Claro. Vou seguir forte trabalhando para que tenha uma oportunidade e, quem sabe, poder viver esse sonho. No dia que eu parar de sonhar com a seleção e com Copa do Mundo é melhor eu me aposentar!