O comando do Palmeiras iniciou nos últimas dias a tentativa de minimizar a desavença entre o técnico Cuca e o volante Felipe Melo, afastado do resto do elenco há quase um mês. A diretoria quer diminuir o desconforto e colocar o jogador para treinar novamente com os companheiros, mesmo que não volte a ser utilizado nas partidas do time.
Na quarta-feira, houve um encontro na Academia de Futebol entre o jogador e o treinador. A primeira conversa entre os dois desde o afastamento foi intermediada pelo diretor de futebol, Alexandre Mattos, e teve como objetivo iniciar um entendimento.
O afastamento de Felipe Melo se deu no fim de julho, pouco depois da eliminação para o Cruzeiro, nas quartas de final da Copa do Brasil. Além de não se encaixar taticamente no esquema de Cuca, o volante discutiu com o técnico e desde então passou a treinar separadamente do restante do elenco. Essa situação fez os advogados do atleta entrarem com uma notificação extrajudicial com a alegação de assédio moral.
É este atrito que a diretoria do Palmeiras tenta resolver. Como o jogador não recebeu propostas oficiais tentadoras e continua a receber um salário de cerca de R$ 300 mil, o clube pretende com o gesto de aproximação deixar o clima menos pesado. Antes do afastamento, dirigentes tentaram convencer Cuca a recuar da decisão.
A relação entre os dois piorou muito depois do vazamento de um áudio em que o jogador chamava Cuca de covarde e mau caráter. O treinador e o jogador tiveram outras desavenças em 2004, quando trabalharam juntos no Grêmio. Dias atrás, ao ser questionado sobre Felipe Melo, Cuca afirmou que o tema era de responsabilidade apenas da diretoria.