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Com vida até agora discreta, Neymar começa a conquistar Paris com danças e gols

Ao marcar um de seus dois gols na vitória de 6 a 2 contra o Toulouse, pelo Campeonato Francês, domingo passado, Neymar segurou a bola com uma das mãos e curvou o corpo, em gesto de dança em que prestou homenagem a um dos maiores ídolos do Paris Saint-Germain, o volante Matuidi, vendido à Juventus. Na comemoração, o craque também enviou um recado à torcida: dançou o “Charo”, referência a um dos clipes do rapper francês Niska.

Envolto em sinais de paixão pelo PSG e pelo dinheiro – carros de luxo e maços de euros aparecem em destaque -, o clipe é um dos símbolos da cultura da periferia “made in Paname”, gíria pela qual Paris é chamada pelos moradores da região metropolitana.

Assim, em um só gesto, Neymar cultuou um ídolo do clube, fez uma deferência à torcida do PSG e elogiou o modo de viver dos moradores da periferia de Paris. Nada mal para quem ainda está se adaptando à cidade.

Instalado em Paris há menos de um mês, o astro dá mostras diárias de não só já ter conquistado os torcedores, mas também de estar se ambientando sem problemas à nova cidade. Cercado de brasileiros na equipe – Daniel Alves, Marquinhos, Thiago Silva e Lucas, além do ítalo-brasileiro Thiago Motta -, Neymar tem ainda a companhia de seus “parças”, os amigos mais próximos, flagrados em fotos ao lado do craque em um iate de luxo na Côte dAzur logo após a assinatura do contrato de € 30 milhões (cerca de R$ 112,8 milhões) líquidos por ano ao longo de cinco anos.

O brasileiro já é um verdadeiro ídolo dos próprios companheiros de equipe. O lateral Kurzawa já o definiu como “impressionante”, enquanto o volante Verratti ressaltou o prazer de jogar ao lado dele.

Desde que chegou a Paris, Neymar mora em um hotel de luxo, o cinco estrelas Royal Monceau, situado em um dos endereços mais caros da capital, o 8.º distrito, junto ao Arco do Triunfo e a cinco minutos a pé da Avenida Champs-Elysées. No “hotel das estrelas”, onde de hábito se hospedam astros do cinema e da música, o quarto “simples” custa 700 euros (R$ 2,6 mil) por noite; os mais caros vão a mais de 10 mil euros (R$ 37,6 mil).

Seu endereço permanente em Paris, se já foi escolhido, ainda não foi ocupado e é mantido em sigilo pela família, por seus empresários e pelo clube. O segredo é tamanho que a imprensa francesa, como o jornal Le Figaro, se diverte publicando reportagens sobre onde Neymar poderia morar com o salário que tem. “Felizmente, com tal contrato, o atacante brasileiro pode pagar uma das mais belas casas de Paris”, diz o jornalista Enrique Moreira, do jornal de economia Les Echos.

Além dos gols e das atuações de luxo, o que se sabe de Neymar em Paris é muito pouco. O craque não só está blindado pelo clube e pelos empresários, como conta também com um guarda-costas impressionante: o franco-argelino Nordine Taleb, lutador de MMA de 36 anos.

Com isso, o que chega ao público é praticamente só o que o próprio craque divulga em redes sociais ou fala em raras entrevistas. Há horas em videogames, em compromissos de marketing, salas de musculação e treinamento, além de escapadas de jato executivo a Saint-Tropez ou a Barcelona. Mas nada, ou quase nada, sobre Neymar em restaurantes, salas de espetáculos ou museus que fazem a fama da capital francesa.

“Eu estou me sentindo em casa porque os jogadores me ajudam bastante. Então, estou muito tranquilo, muito feliz. Agora, preciso me adaptar o mais rápido possível para estar melhor fisicamente. Ainda posso melhorar, mas estou feliz com meu início”, disse o craque após o confronto o com Toulouse.

Neymar deixa claro que se sente mais adaptado ao gramado do Parque dos Príncipes do que à vida cultural e social de Paris. “(A adaptação) Está avançando aos poucos. Eu ainda não conheço bem a cidade”, admitiu, lembrando contar com uma ajuda essencial. “Tento me adaptar o melhor possível, falando com os brasileiros para ouvir seus conselhos.”

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