No dia 2 de março de 1996, o Brasil acordava com a triste notícia da morte de todos os integrantes do Mamonas Assassinas em um acidente aéreo. A banda estava voltando para casa quando o jatinho em que estava bateu na Serra da Cantareira. Todos a bordo morreram. A tragédia encerrava a curta e meteórica carreira do grupo, que era formado por Dinho (vocal), Samuel Reoli (baixo), Júlio Rasec (teclado), Sérgio Reoli (bateria) e Bento Hinoto (guitarra). A banda conquistou o País, vendendo mais de dois milhões de cópias de seu CD.
Para lembrar essa trupe divertida e criativa, que despontou no cenário musical com músicas como <i>Pelados em Santos</i>, destacamos algumas curiosidades sobre a sua trajetória. Confira:
– O Mamonas Assassinas chegou a fazer 30 apresentações por mês até o desastre aéreo vitimar todos os integrantes.
– O primeiro e também único CD gravado em estúdio dos Mamonas foi lançado em 23 de junho de 1995 e foi certificado com disco de diamante. No repertório, canções com temas polêmicos, letras politicamente incorretas e guitarras pesadas.
– Em cadernos antigos dos integrantes da banda, há rascunhos de canções que nunca chegaram a ser gravadas. Uma delas, chamada <i>Ontem Eu Era Vagabundo</i>, ficou conhecida quando a banda Tihuana chegou a gravar uma versão da música para uma reportagem do <i>Fantástico</i> em ocasião dos dez anos do acidente.
– No dia do acidente, Júlio, o tecladista, pintou os cabelos de vermelho e foi gravado pelo dono do salão dizendo a seguinte frase: Nessa noite eu sonhei com um negócio assim… Parecia que o avião caía. Muitos acreditam se tratar apenas de uma coincidência, mas há quem diga que foi uma premonição.
– De acordo com o livro <i>Os 10 Mais</i>, escrito por Luiz André Alzer e Mariana Claudino em 2008, o álbum dos Mamonas Assassinas constava como um dos dez mais vendidos da história no Brasil, na 9ª posição, com quase 2,5 milhões de cópias.
– Na primeira amostra de seu trabalho que o grupo enviou a uma gravadora constavam três músicas: <i>Jumento Celestino, Pelados em Santos</i> e <i>Robocop Gay</i>. O diretor artístico da gravadora EMI à época, João Augusto, começou a ouvi-la, mas não gostou do som e deixou-a de lado. Dias depois, seu filho de 16 anos não tirava a fita do aparelho de som, e as músicas faziam sucesso entre seus colegas. Ali surgia uma nova chance para os Mamonas.
– O riff inicial de <i>Chopis Centis</i> é uma <i>paródia de Should I Stay or Should I Go</i>, da banda The Clash. Já <i>1406</i> é uma sátira ao comércio de um famoso canal de televendas e <i>Robocop Gay</i> foi baseada no filme do Robocop e no Capitão Gay, personagem interpretado por Jô Soares nos anos 80.
– Os Mamonas gravaram uma música que acabou ficando de fora do álbum por causa do excesso de palavrões. Chamada de <i>Não Peide Aqui, Baby</i>, ela era uma paródia de <i>Twist and Shout</i>, dos Beatles.
– A história da banda com o nome Mamonas Assassinas começou em 1989 quando ainda era a Utopia. Na formação estavam Bento Hinoto e os irmãos Samuel e Sérgio Reoli. Em 1990 Dinho se juntaria e Júlio Rasec seria o último a integrar a trupe.
<b>Repertório do CD:</b>
1. 1406
2. Vira-Vira
3. Pelados em Santos
4. Chopis Centis
5. Jumento Celestino
6. Sabão Crá-Crá
7. Uma Arlinda Mulher
8. Cabeça de Bagre II (música incidental: Baby Elephant Walk)
9. Mundo Animal
10. Robocop Gay
11. Bois Dont Cry
12. Débil Metal
13. Sábado de Sol
14. Lá Vem o Alemão.