O diretor do Rio Open, Luiz Carvalho, admitiu nesta quarta-feira que tem uma “dor de cabeça” para definir os convites para os brasileiros que pretendem competir na edição deste ano, em fevereiro. Lui, como é conhecido, tem apenas dois convites para três tenistas: Rogério Dutra Silva, Thomaz Bellucci e Thiago Monteiro. E já avisou que o caso de doping de Bellucci não será levado em conta na decisão final.
“Temos o Rogerinho, que é atual o número 1 do Brasil, o Bellucci, que é o melhor brasileiro depois do Guga, e vai estar voltando do doping. E o Thiago, que é o brasileiro com a melhor participação no Rio Open. Vamos pesar nestes três primeiros torneios da temporada quem merece o convite. Quem não entrar, vai jogar o qualifying”, afirmou Lui.
Como em todo torneio de nível ATP, Lui tem três convites a serem distribuídos. Mas somente dois serão de sua escolha exclusiva. Um deles será decidido em parceria com a IMG, que detém os direitos do torneio em parceria com a IMM. E este convite tradicionalmente é dirigido a uma jovem promessa da IMG.
“Não temos nenhum brasileiro garantido no Rio Open. Temos três convites, sendo que um deles é da IMG, que dará a um dos seus destaques juvenis. Mas é sempre um tenista de ponta”, revelou o diretor da maior competição de tênis da América do Sul. A única solução para a “dor de cabeça” do diretor é a entrada automática de Rogerinho.
Atual 100º do ranking, o brasileiro é o terceiro “alternate” da chave. Ou seja, precisa da desistência de três tenistas já garantidos na chave principal para entrar diretamente. Assim, os convites seriam concedidos para Bellucci e Monteiro.
Caso isso não aconteça, Lui terá que decidir entre os três tenistas. E já avisou que o doping revelado por Bellucci na semana passada não afetará a sua escolha. “Ele também merece o convite por tudo que fez no tênis pelo Brasil. Eu tenho uma história com o Thomaz de longa data e eu acredito na inocência dele.”
Lui citou o problema crônico de desidratação do tenista para defender sua inocência no caso positivo de teste antidoping para a substância hidroclorotiazida, um diurético proibido pela Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês). Bellucci foi punido pela Federação Internacional de Tênis (ITF) com suspensão de cinco meses, retroativa a setembro – poderá voltar a jogar em fevereiro.
“Ele tem um histórico de desidratação. Jamais tomaria alguma coisa e um diurético em cima para mascarar. Essa história, para mim, não procede. Não falei com ele depois do anúncio. Mas eu realmente acredito nele. Pode ter sido um descuido. Mas, definitivamente, não foi proposital”, declarou.
Lui avisou que não espera que o eventual convite a Bellucci não gere polêmica, como aconteceu com a russa Maria Sharapova no ano passado, quando ela voltou de suspensão e não recebeu o convite para jogar Roland Garros.
“O tenista, quando é pego no doping, é julgado e, a partir do momento em que ele sai da suspensão, tem que ser tratado como qualquer outro tenista. Ele já pagou o preço. Imagina o que o Bellucci deve ter sofrido nestes últimos meses? Eles não tem ficar pagando o preço mais para a frente”, declarou.
O diretor do Rio Open revelou que um dos convites deve ser anunciado nas duas próximas semanas. Os demais vão vir a público após a disputa do qualifying da competição – o torneio de nível ATP 500 será disputado entre 19 e 25 de fevereiro, novamente no Jockey Club Brasileiro.
A lista completa foi divulgada nesta quarta. Quatro dos tenistas já eram conhecidos, sendo três deles integrantes do Top 10 do ranking: o austríaco Dominic Thiem (5º), o croata Marin Cilic (6º) e o espanhol Pablo Carreño Busta (10º). Além deles, a organização já havia confirmado o francês Gael Monfils.
Nesta quarta outros nomes de peso foram confirmados, caso do espanhol Fernando Verdasco, ex-Top 10 e atual 40º do mundo, o italiano Fabio Fognini (27º), o ucraniano Alexandr Dolgopolov (37º), o espanhol Albert Ramos-Viñolas (22º), o argentino Diego Schwartzman (26º) e o britânico Kyle Edmund (49º), considerado uma das promessas da nova geração.