Ex-médico da Federação de Ginástica dos Estados Unidos (USA Gymnastics), Larry Nassar foi condenado à prisão pela terceira vez nesta segunda-feira. Após o julgamento realizado na semana passada, na cidade de Charlotte, em Michigan, o criminoso ouviu da juíza Janice Cunningham a nova sentença: de 40 a 125 anos de prisão.
Desta vez, o julgamento era referente aos abusos cometidos contra jovens ginastas na academia Twistar, localizada na cidade de Dimondale. Anteriormente, o ex-médico já havia sido sentenciado a um período de 40 a 175 anos de prisão por sete outros casos ocorridos também em Michigan e a mais 60 anos por posse de pornografia infantil.
Ao anunciar a sentença nesta segunda, a juíza Cunningham afirmou que Nassar “roubou destas garotas e mulheres um das qualidades humanas realmente mais importantes: a confiança”. “Isto encerra o processo legal que envolve Larry Nassar. Mas entendo que não coloca ponto final no sofrimento físico e emocional que ele causou”, considerou.
Na semana passada, Nassar foi confrontado por dezenas de mulheres que relataram os abusos cometidos por ele. No total, foram mais de 260 testemunhos contra o ex-médico, que admitiu ter “penetrado com as mãos” o corpo de três jovens que foram procurá-lo para relatar lesões na Twistar.
Como já havia feito em seu julgamento no mês passado, Nassar pediu permissão para ler uma carta, se desculpando com as vítimas. “As palavras pronunciadas por cada pessoa que falou, incluindo os pais, tocaram no que há de mais profundo em mim. É impossível mensurar a amplitude e a profundidade do quanto eu estou arrependido por cada uma de vocês”, disse.
Após as acusações iniciais de Rachael Denhollander, primeira pessoa a tornar públicas as acusações contra Nassar, mais e mais ginastas ganharam voz contra o médico, incluindo campeãs olímpicas pelos Estados Unidos, como Simone Biles, Gabby Douglas, Aly Raisman, Jordyn Wieber e McKayla Maroney.
Aos 54 anos, Nassar deverá passar o resto da vida na cadeia. Mesmo assim, Denhollander cobrou mudanças mais profundas na ginástica. “Nós não estaríamos aqui se os adultos e as autoridades tivessem cuidado disso há 20 anos. Resolvemos o caso de um criminoso, mas não do sistema que permitiu que ele prosperasse por 20 anos”, comentou.