O Grêmio deu um largo passo para quebrar o jejum de títulos no Campeonato Gaúcho ao golear o Brasil de Pelotas por 4 a 0, neste domingo à tarde, na sua arena, pelo primeiro jogo da decisão. A vitória ocorreu também com o time da capital tirando proveito do fato de ter um jogador a mais durante todo o segundo tempo.
No confronto de votla, o Grêmio pode perder até por três gols de diferença para comemorar, de novo, o título estadual, que não vem desde 2010. Não há o gol qualificado fora de casa, como aconteceu nas fases anteriores. Mesmo assim, o Brasil precisa vencer por cinco gols de diferença para levantar a taça sem depender dos pênaltis. Os dois times voltam a se enfrentar no próximo domingo, às 16 horas, no estádio Bento Freiras, em Pelotas (RS), praticamente para cumprir tabela.
O Grêmio entrou com força máxima, ciente de que precisaria vencer e bem para ter vantagem no segundo jogo. Mas com o maior desafio de furar o bloqueio defensivo armado pelo visitante, segundo Renato Gaúcho. O técnico Clemer avisou que marcaria as principais jogadas gremistas e usaria a velocidade para surpreender.
O cenário desenhado pelos dois comandantes foi confirmado em campo. O Brasil defendendo em duas linhas defensivas, se segurava bem e não permitia nem as infiltrações e nem os cruzamentos na área. O Grêmio não finalizava. Só ameaçou num chute de fora da área de Jael, aos 13 minutos, espalmado por Marcelo Pitol.
De outro lado, o Brasil usava bem os velozes Alisson Farias, que finalizou aos nove minutos para a defesa de Marcelo Grohe, e Calyson, que cabeceou livre aos 29 minutos, porém, para fora. Passou a ter o respeito redobrado da defesa do Grêmio. Tudo mudou aos 44 minutos, quando Éder Sciola fez um falta no alto e por trás em cima de Luan e recebeu o segundo cartão amarelo, sendo expulso sob os protestos dos visitantes.
Na volta dos vestiários, Renato Gaúcho fez uma mudança para tirar proveito da vantagem numérica. Tirou o amarelado lateral Léo Moura para a entrada do atacante Alisson, abrindo dois jogadores pelos lados. Não foi necessário nem o relógio virar uma vez para o Grêmio abrir o placar. Arthur fez o passe para Jael, do lado direito, que cruzou de primeira. Do outro lado, justamente onde deveria estar Éder Sciola, apareceu Everton livre para bater em diagonal, aos 47 segundos.
Este gol foi a senha para “abrir a porteira”. Aos nove minutos, Alisson ampliou, após tentar duas vezes na pequena área e caído. A partir daí o Brasil pensou em evitar mais gols, mas não conseguiu. Aos 24 minutos, Everton fez o terceiro num chute cruzado após ficar livre com belo passe de calcanhar de Jael. O quarto foi marcado por Ramiro numa falta na frente da grande área, quando o goleiro Marcelo Pitol falhou ao tentar espalmar, aos 31 minutos. Everton ainda acertou a trave aos 42 minutos, deixando de marcar seu terceiro gol.
Agora só mesmo um “milagre” para salvar o Brasil, fundado em 1911 e que só foi campeão em 1919, há 99 anos. Nesta temporada, o clube foi o melhor time da primeira fase, inclusive como único invicto. Nas quartas eliminou o São Luiz e depois o São José nas semifinais. O Grêmio abriu o caminho para o título ao eliminar o rival Internacional e depois o Avenida.