O Ministério Público do Rio de Janeiro deu nesta sexta-feira a última cartada para tentar evitar a assembleia da CBF que visa a confirmar, na próxima terça-feira, Rogério Caboclo como novo presidente da entidade a partir de 2019. O promotor Rodrigo Terra tomou a iniciativa de entregar ao juiz Bruno Ruliere, do Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos, a ata da assembleia da entidade realizada em 23 de março de 2017, que alterou o estatuto e, por consequência, as regras para a eleição.
Terra tomou a atitude após Ruliere determinar, na quarta-feira, que a CBF entregasse a ata. Porém, deu prazo de cinco dias úteis. Ou seja, a entidade tem até quarta-feira, portando um dia depois da eleição, para cumprir a decisão.
O MP sustenta que a assembleia foi irregular, pois os clubes não foram convidados ou convocados a participar e, com a mudança nas regras, eles perderam poder, enquanto as federações tiveram o delas aumentado. Isso porque o voto das federações passou a ter peso 3, o dos clubes da Série A, peso 2, e os da Série B, peso 1.
Na prática, se as federações se unirem somarão 81 pontos, enquanto os clubes podem chegar no máximo a 60. Assim, vão eleger sempre que quiserem o presidente. É o que deve acontecer no pleito atual.
Rodrigo Terra tem esperança que o juiz, de posse da ata, delibere antes da terça-feira, e espera uma decisão que suspenda a eleição. “Nós nos antecipamos e apresentamos a ata que ele determinou que a CBF apresentasse diante da urgência do caso, porque essa demora até o cumprimento da decisão do juiz por parte da CBF aconteceria já consumada a eleição. Isso acabaria dificultando mais as coisas”, disse o promotor ao Estado. “Não só fiz a juntada da ata como reiterei o pedido de suspensão dos efeitos da decisão que alterou o estatuto indevidamente.”
A CBF tem negado qualquer irregularidade e argumenta que os clubes não foram chamados na ocasião porque se tratava de uma reunião administrativa.