O empresário, advogado e jornalista José Hawilla, mais conhecido como J. Hawilla, morreu nesta sexta-feira, aos 74 anos. Dono da Traffic e conhecido pelo seu envolvimento na negociação dos direitos comerciais de grandes competições de futebol, ele estava internado em São Paulo. A informação do seu falecimento foi confirmada pela TV TEM, rede de emissoras do empresário no interior paulista.
Nos últimos anos, J. Hawilla teve participação direta na eclosão do escândalo de corrupção da Fifa que provocou a prisão de vários dirigentes, incluindo o então presidente da CBF, José Maria Marin, em 2015. Na época, o empresário fez um acordo com a Justiça dos Estados Unidos para delatar irregularidades em contratos comerciais de várias competições, com o pagamento de subornos.
Na sua delação, então, Hawilla detalhou o esquema que envolvia dirigentes da Conmebol e da CBF, inclusive Ricardo Teixeira e Marco Polo del Nero, ex-presidentes da confederação nacional, e os acordos por torneios como a Copa América, a Copa Libertadores e a Copa do Brasil. Em troca, Hawilla não foi para uma cadeia, ficando detido em prisão domiciliar, além de ter pagado uma elevada multa para a Justiça norte-americana.
J. Hawilla iniciou a sua ligação com o esporte e o jornalismo nos anos 1960, como repórter em São José do Rio Preto, no interior paulista. Depois, foi ampliando a sua participação no esporte até transformar a Traffic na maior agência de marketing esportivo dentro do Brasil, com a empresa sendo detentora dos direitos comerciais e de transmissão de diversas competições.
Fora do mundo do esporte, entre outras ações, J. Hawilla fundou a rede de jornais Bom Dia, com presença em várias cidades do interior paulista, que foi fechada recentemente. Também criou a TV TEM, a partir da compra de algumas afiliadas da Rede Globo e da criação de outras emissoras, grupo que abrange canais em diferentes cidades e regiões do interior paulista.