A Câmara de Investigação do Controle Financeiro dos Clubes da Uefa (CFCB) anunciou nesta quarta-feira a suspensão do Milan das competições europeias por dois anos. Segundo a entidade, o time italiano descumpriu as normas do Fair Play Financeiro e, com isso, não poderá disputar a Liga Europa na próxima temporada.
De acordo com o regulamento da entidade que dirige o futebol europeu, o Milan pode recorrer da decisão na Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês). Antes de anunciar esta punição, a Uefa já havia rejeitado um acordo voluntário com o clube no último ano.
A vaga na Liga Europa foi conquistada pelo time de Milão com a sexta posição do Campeonato Italiano na última temporada. Agora, a Atalanta, que terminou em sétimo lugar no torneio, ficará com a vaga, e a Fiorentina disputará a fase prévia para tentar se garantir no torneio europeu.
“O clube está banido de participar da próximas competições europeias organizadas pela Uefa para as quais se classificar nos dois próximos anos (temporadas de 2018/2019 e 2019/2010)”, disse o comunicado emitido pela Uefa nesta quarta.
O Milan foi comprado por um grupo de investimento chinês em abril de 2017 por mais de R$ 2 bilhões, o que tirou ex-primeiro ministro italiano e ex-presidente do Milan, Silvio Berlusconi, do poder do clube. Yonghong Li, dono da holding Rossoneri Sport Investment Lux, assumiu o comando do clube e investiu pesado em reforços. A origem do dinheiro do investidor chinês trouxe suspeitas à Uefa e o grupo precisou até se desfazer de algumas empresas.
O clube italiano gastou mais de 200 milhões de euros (cerca de R$ 893 milhões) em contratações no ano passado. Mesmo com o grande investimento, o tradicional time da Itália não conquistou nenhum título na última temporada e ainda foi incapaz de comprovar à Uefa que os seus gastos estavam de acordo com as regras financeiras estabelecidas pela entidade europeia.