Em meio a mudanças na diretoria da McLaren, o chefe da escuderia, Zak Brown, concedeu entrevista nesta quinta-feira para o site da Fórmula 1. O executivo disse que a equipe está “no início de um processo de longo prazo para voltar ao topo” e que a atual realidade possibilita no máximo sonhar com o quarto lugar no Mundial de Construtores.
“Tenho que ser muito realista e honesto com a equipe, com nossos fãs, com você, para dizer que isso será uma jornada. Acho que todo mundo precisa reconhecer isso”, afirmou. “O que eu quero fazer e o que vamos estar fazendo é lutar feito louco para terminar em quarto lugar no campeonato. Estamos com uma distância pequena em relação à Renault. Este é o objetivo hoje”, prosseguiu.
A McLaren atualmente ocupa o sexto lugar no Mundial de Construtores, com 44 pontos, a 18 de distância da Renault. No início da temporada, a escuderia conseguiu somar pontos nas cinco primeiras corridas. Mas nas quatro seguintes somou apenas um. Brown considerou que as 12 etapas que faltam para o término serão desafiadoras.
“Estamos em uma grande batalha pela quarta, quinta, sexta e sétima posições. Todas as equipes estão muito próximas. Não quero fazer previsões. Isso nos colocou em problemas no passado. Então não quero repetir os mesmos erros que cometemos”, finalizou.
A McLaren iniciou a temporada 2018 almejando pódios após trocar o motor Honda pelo Renault, mas o decorrer das corridas demonstrou que não seria bem assim. Fernando Alonso é o oitavo colocado no Mundial de Pilotos, com 36 pontos, e tem um quinto lugar como melhor resultado na temporada. Companheiro de equipe do espanhol, Stoffel Vandoorne está em 16° na classificação geral, com só oito pontos ganhos em três das nove corridas disputadas até o momento.
O histórico recente também não é animador. Desde o início de 2014, a escuderia conseguiu apenas dois pódios – ocorridos na primeira corrida da temporada de quatro anos atrás. A última vitória foi no final da temporada de 2012, em Interlagos, no Brasil. O último título do Mundial de pilotos ocorreu em 2008, com o inglês Lewis Hamilton, e o mais recente campeonato de construtores aconteceu 10 anos antes, em 1998.
PACIÊNCIA COMO EXEMPLO – Brown disse que a luta para retomar ao topo é semelhante à enfrentada anos atrás pela Mercedes e pela Red Bull: “Sim, realisticamente. Isso vai levar algum tempo para consertar. Acho que estamos a anos de distância. Eu não sei se são dois ou dez anos, ou algum ponto no meio disso. Provavelmente mais como em algum lugar no meio, mas eu não quero entrar em previsões”, afirmou.
A Mercedes retornou para a Fórmula 1 em 2010 e demorou cinco anos até ter um carro competitivo. A Red Bull só foi ter um campeão em seu sexto ano. A reformulação da Ferrari também foi demorada. Foram 21 anos de espera entre a conquista do sul-africano Jody Scheckter e o primeiro título do alemão Michael Schumacher, em 2000.
Na quarta-feira a McLaren aceitou o pedido de demissão de Éric Boullier, que deixou o cargo de chefe da equipe na Fórmula 1. O engenheiro francês desempenhava a função desde 2014, e agora as atribuições dele serão divididas entre o diretor de operações Simon Roberts, a diretora de desempenho Andrea Stella e Gil de Ferran, promovido ao recém-criado papel de diretor esportivo.
SEM EXPECTATIVAS NA INGLATERRA – Apesar das mudanças, Brown pediu que não tenham expectativas em relação ao Grande Prêmio da Inglaterra no próximo domingo. “Fizemos uma boa corrida na última etapa (com o oitavo lugar de Alonso após largar dos boxes), mas não estamos sendo competitivos. Nada mudou muito desde a última corrida. Acho que não devemos começar a pensar em Silverstone com grandes expectativas”, disse.
A décima etapa da temporada terá os carros na pista inicialmente nesta sexta-feira. A primeira sessão de treinos livres acontecerá às 6h (de Brasília). A segunda sessão, às 10h. No sábado haverá o terceiro treino livre, às 7h, e o classificatório, marcado para as 10h. A corrida acontecerá no domingo, com largada programada para as 10h10.